sábado, 31 de outubro de 2009

Sexo seguro









E bem seguro

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sexo oral é:

Sexo oral é:

- Ah e tal, se eu apanhasse aquela gaja fazia isto, fazia aquilo, "comia-a" desta maneira, "comia-a" daquela naneira...

Só conversa!!!

;D

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O papel! Qual papel? O papel! Qual papel? O papel! Qual papel? O papel! Ah... qual papel?

Gosto dos "Gato Fedorento" (a pedido de várias leitoras, aqui fica corrigido o erro "Gatos Fedorentos>Gato Fedorento"). Gosto do modo como eles pegam nas situações do dia-a-dia, as "desmontam" e nos mostram o lado pretensamente sério das coisas através de uma visão completamente distorcida e cómica que, afinal, até está mais próxima da realidade do que parece à primeira.
A situação caricata que vou contar encaixa, perfeitamente, no tipo de humor dos Gatos e até já foi gozada no famoso sketch de onde tirei o título do post.

A maior parte da minha vida profissional foi passada numa grande empresa do Estado que, como qualquer organismo estatal que se preze, tinha um peso burocrático maior do que a Torre de Belém, o Cristo Rei e os Jerónimos todos juntos.
Imaginemos que uma manhã um operário se dirigia a mim e se queixava que a sua máquina deixara de funcionar. Eu, como responsável pelo sector, tomaria conta da ocorrência e emitiria um pedido ("papel") de reparação. Pedido ("papel") de reparação que seria colocado numa daquelas cestinhas onde se colocam os "papéis" que aguardam a vez de seguirem a "ordem burocrática das coisas".
Entre as 9 e as 10 horas uma senhora que tinha como função limpar os gabinetes dos chefes uma vez por semana e diariamente recolher e entregar os "papéis" do chamado expediente, levaria o meu "papel" até ao gabinete do engenheiro chefe de sector, que reunia numa cestinha igual à do meu gabinete todos os "papéis" provenientes das restantes oficinas do sector.
Entre as 10 e as 12 horas o engenheiro chefe de sector assinaria todos os "papéis" e depois de almoço, depois de uma manhã perdida entre cestinhas, o meu "papel" seria entregue num Gabinete de Gestão de Recursos cujo nome pomposo escondia uma falta de eficiência maior do que a de um TGV Lisboa/Porto a parar em todas as estações e apeadeiros.
Colocado noutra cestinha, ficaria em lista de espera até à manhã seguinte, pois a partir do meio da tarde as meninas do Gabinete de Gestão de Recursos estariam muito mais interessadas em antecipar o próximo episódio da novela da noite do que em despachar o meu "papel".
Ao segundo dia de viagem o meu "papel" seria então entregue a dois idiotas (eram mesmo dois idiotas, "corridos" de várias secções onde nunca tiveram uma boa relação com o trabalho) que, depois das duas primeiras horas do dia passadas a discutir o resultado do jogo Benfica/Sporting, se dirigiam à minha secção e avaliariam se a avaria era mecânica ou eléctrica. Avaliação que se resumia a perguntarem-me se a avaria era mecânica ou eléctrica, facto que nunca me deixou perceber muito bem porque raio aquele item não fazia parte do "papel" que eu tinha de preencher. Evitava a perda de um dia de produção e escusava a interrupção da principal actividade dos dois idiotas: discutir bola.
Concluindo-se que a avaria era eléctrica, os idiotas emitiriam outro "papel" que, depois de um percurso idêntico ao primeiro (cestinha, senhora do expediente, gabinete do engenheiro chefe do Gabinete de Gestão de Recursos, cestinha, assinatura, cestinha e por aí fora), seria entregue no Departamento de Reparações Eléctricas. Aí chegado seria supervisionado pelo chefe Manel, (depois de resolvido aquele problema do penalty de domingo) que o colocaria numa cestinha, em lista de espera até haver disponibilidade de pessoal. Um dia ou dois depois, seriam enviados à minha secção dois electricistas munidos de dois alicates e duas chaves de fendas que voltariam a interrogar-me sobre as características da avaria, se deslocariam à caixa de fusíveis que eu já tinha mencionado aos dois idiotas do Gabinete de Gestão de Recursos, concluiriam que era um fusível queimado. Um deles desligaria o quadro geral enquanto o outro sacava o fusível e, de seguida, dirigir-se-iam, mais os seus dois alicates e as duas chaves de fendas, ao seu Departamento de Reparações Eléctricas onde o chefe Manel preencheria a requisição ("papel") de um fusível ao armazém.
Nem vou contar o trajecto deste último "papel", porque é igualzinho aos outros dois. Direi, apenas, que chegado ao armazém pela mão de uma outra senhora do expediente, ficaria noutra cestinha a aguardar a sua vez e, com alguma sorte (a sorte nestes casos depende da hora de chegada do "papel" e da evolução da discussão sobre o fora-de-jogo do Porto/Guimarães de sábado passado), seria aviado na manhã do dia seguinte e entregue – por um tipo que andava num carrinho a baterias a distribuir objectos do tamanho de fusíveis – no Departamento de Reparações Eléctricas, onde ficaria mais um ou dois dias, aguardando disponibilidade de pessoal.
Dois dias depois, dois electricistas (os tais dos dois alicates e duas chaves de fendas, lembram-se?) deslocar-se-iam à minha secção, colocariam o fusível no respectivo suporte e eu poderia, ao fim de uma semana de máquina parada, retomar a produção que iria pagar o ordenado às senhoras do expediente, aos engenheiros de assinaturas, aos dois idiotas que se limitavam a perguntar porque é que a máquina parou, aos electricistas e respectivo chefe de secção, ao gajo que passava o dia a roçar a gaita no balcão do armazém, enquanto se imaginava na cama com a boazona da contabilidade que todos os dias passava ali à porta a abanar a "peidola" e ao tipo que precisava de um carrinho a baterias para entregar objectos do tamanho de fusíveis.

Esta seria a maneira oficial de resolver uma avaria num fusível, porque na realidade, o tão mal visto "desenrascanço" português resolveria o problema do seguinte modo:

- Ó Manel, arranja-me aí um gajo que me vá ver uma máquina que "morreu", que eu amanhã mando-te o "papel". Deve ser fusível, porque o cabrã* do Mendes enfiou duas peças de uma vez...
- É pá, isto está mau de pessoal, mas eu vou contigo. Bora lá despachar isso!
Retirado o fusível queimado o chefe Manel ia ao armazém e:
- Ó Rodrigues, dá-me aí um fusível igual a este, que eu amanhã mando-te o "papel".
- Fo*a-se pá, é sempre a mesma mer*a. Vocês querem tudo sem "papel" e um gajo é que anda sempre com a escrita baralhada.
- Não te armes em parvo, Rodrigues. Quando me voltares a aparecer na oficina a pedir que te repare o auto-rádio avariado, eu também te peço o "papel", tá bem?
Meia hora depois o chefe Manel electricista muda o fusível e a máquina recomeça a produzir.
- Obrigadinho, Manel. Ao almoço pago eu a bica, ok?
- Pagas a bica e uma Macieira, porque isto de ser o chefe a fazer o trabalho sai mais caro.
- Tá bem. Beijinhos aos meninos!

Agora pergunto:
Se dois gajos que nem sequer são tidos nem achados nos processos decisórios de uma empresa maior do que um porta-aviões, conseguem resolver em meia hora uma avaria que, pelo modelo de gestão oficial levaria uma semana, será que o problema do país é mesmo falta de quadros altamente qualificados?
É "cagente" também sabemos escrever o suficiente para assinar o nome no "papel"...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Presunção e água-benta

Ao contrário de alguns bloggers, que têm o hábito de responder aos comentários, eu raramente volto a um post antigo. Foi assim que, depois de ter respondido a um comentário no post Pregar aos Peixes, só ontem dei conta de que na contra-resposta tinha um comentário do mesmo teor do primeiro e tão interessante que resolvi escrever este post, dando assim um esclarecimento mais profundo do que seria possível num comentário.
Para evitar mal-entendidos e tomadas de posição que possam de algum modo interferir com a boa relação entre todos os meus estimados "fregueses", decidi transcrever apenas a parte dos comentários que me parecem dignos de resposta mais elaborada e bloquear o acesso à janela de comentários do post em questão e do presente.
Posto isto, e com mais uma ressalva para o facto de esta troca de comentários ter sido feita em tom mais ou menos brincalhão, como é da praxe nesta casa, passemos então à análise dos factos.

1º comentário - E mais... essa conversa do aprender de borla fica-te mal. Pareces um velho de 50 anos a falar. Calma. Tu também já fizeste o mesmo e se não o fizeste devias ter feito.

Resposta – É só fazer as contas, ou andaste na escola do Guterres? Eheheh

2º comentário - Tu até podes ter 70 anos, desde que não tenhas mentalidade de 50 anos. Percebes? Pareces-me uma pessoa bastante evoluída, logo evolui no resto também...

A isto, cara P, eu poderia simplesmente adoptar a postura arrogante das pessoas que julgam saber tudo, "percebes", e dizer que nesta, como em muitas outras matérias, não recebo lições de ninguém. Ou de que nem todas as pessoas estarão em condições de me dar lições de vida. Ou ainda de que não é crime ter mentalidade de 50 anos, ser gordo, loiro, preto ou azul às riscas e que já basta às pessoas de 50 anos serem discriminadas na busca de um emprego onde ganhem o sustento de que necessitam tanto como as de 30 anos, ou ainda que a mentalidade de uma pessoa de 50 anos é tão susceptível a reprovações quanto a mentalidade de pessoas de 30 anos retrógradas e mal formadas.
Mas eu sou uma pessoa evoluída, sim. Modéstia à parte, considero-me e, para que conste, sou considerado por quem me conhece bem, um gajo muito evoluído em relação à minha faixa etária e ao meu estrato social e, como tal, nasci com a capacidade de entender que temos sempre lições a aprender, mesmo de pessoas retrógradas. A vida é, ela própria, uma lição e se com os bons aprendemos a ser bons, com os maus e retrógrados aprendemos a ser melhores do que eles. Infelizmente para o Mundo, nem toda a gente nasce com a capacidade de receber os ensinamentos importantes que a vida tem para lhes dar. Hoje, amanhã e até ao fim da vida, batem com a cabeça no mesmo lado da parede e não mudam uma "vírgula" no seu modo de enfrentar os problemas. Talvez pensem que como errar é humano, deixar de errar deve ser uma coisa tenebrosa e desumana.
Como diz o ditado: só os burros é que não mudam.
É evidente que eu também já tive a idade da minha filha. E porque tive uma infância mais infeliz do que alguém merece, senti necessidade de ser melhor pai do que os que tive. Um pai carinhoso, companheiro, dedicado, responsável e sempre presente em todas as ocasiões. TODAS! As melhores e as piores ocasiões. O que faço agora com a cadela, rebolar-me no chão da cozinha e estar sempre disponível para a tratar e educar, fi-lo em devido tempo com a filha. Ensinei-lhe e continuarei a ensinar, sempre que for necessário e ela esteja receptiva a aprender, que só somos ouvidos e respeitados se soubermos ouvir e respeitar os outros. Que se não formos exigentes e empenhados no que fazemos, dificilmente teremos o respeito daqueles a quem exigimos empenhamento. Que este Mundo é bem mais cruel do que parece.
Todos nós somos o resultado do património genético que herdámos, somado ao que a vida fez de nós e, por conseguinte, à minha postura de rectidão não será, por certo, alheio o facto de três quartos da minha vida activa ter sido "moldada" por um certo rigor militar.
Tês anos de serviço militar obrigatório, gratuito e muito duro de roer (renderam-me este ano 75€ de pensão vitalícia, vá lá...) e os restantes como civil numa instituição militar que até muito depois da revolução, até muito depois das pessoas terem a liberdade mal agradecida pela qual lutaram os gajos com mentalidade de 50 anos, foi regida pelo RDM (Regulamento de Disciplina Militar), fizeram de mim muito do que hoje sou como pessoa e de que muito me orgulho. Muito do que aprendi, sobre ética e sobre valores que hoje são para mim fundamentais, aprendi-o com militares (até um professore de português era militar). E se nunca fui um fervoroso militarista – recusei até uma proposta para seguir a vida militar – tenho de reconhecer que ainda é na instituição militar que vemos preservados muitos dos valores que a sociedade civil coloca todos os dias nas ruas da amargura e serão sempre os militares a dar a vida pela pátria, ainda que a pátria seja esta merda que temos.
A ética, o rigor, a disciplina e a honestidade, são valores perfeitamente compatíveis com amor, carinho, dedicação, altruísmo, camaradagem com que sempre regi a vida e, em especial, a paternidade. O resto, as conversas sobre carros, motores e óleo derramado, são meros percalços do dia-a-dia, discutidos de igual para igual nas horas em que conseguimos estar juntos, porque "lutamos" para estar juntos, porque juntos temos sido muito felizes.
Lições, como disse, aprendemo-las todos os dias. Em cada um dos 11.500 dias que já levo de casado. E, querem lá ver, por vezes ainda passeamos de mão dada.
Lições? Tenho algumas para dar e muitas mais para receber.

Doutores, "Inginheiros" e afins

Ainda hoje eu dava conta, à Liliana, de um certo "cansaço" da escrita, uma certa falta de, não direi inspiração porque seria pretensioso da minha parte colocar, sequer, a hipótese de que é necessária alguma inspiração para escrever as barbaridades que eu costumo escrever, mas uma certa falta de interesse para "olhar"o Mundo e tirar dele conclusões que mereçam ser descritas. Mas se é verdade que o discernimento para escrever vai sendo pouco, o bichinho da "blogosfera" está-me tão entranhado no corpo que o facto de passar um dia sem, pelo menos, dar a minha "voltinha" por aí, quase me deixa febril, com mal-estar geral e, que eu saiba, para este mal ainda não existe vacina. E como o tempo para prestar maior atenção ao que leio é inversamente proporcional à vontade de escrever - eu explico melhor, para que os não licenciados percebam - (ou seja: quanto mais escrevo, menos atenção presto ao que leio, ou quanto menos escrevo, mais atenção dou ao que leio), não raramente, é nestas ocasiões que eu acabo por reparar nalguns pormenores que, noutras alturas – em que ando mais preocupado em dar a conhecer as minhas ideias – me passam despercebidos.

Pois então o que eu volto a trazer "à baila" (porque as crises de falta de "inspiramento" ocorrem com alguma frequência e eu já falei nisto noutros blogues, noutras vidas…), é o facto de algumas pessoas gostarem de alardear títulos, como se o facto de um determinado cargo profissional, graduação académica, ou posição social fizessem parte do seu bilhete de identidade ou, ainda pior, fizesse delas melhores pessoas do que o comum dos mortais. Estou a lembrar-me dos Doutores, "Inginheiros" e afins, possuidores, apenas, de uma licenciatura tirada, sabe Deus em que universidade (agora de momento não me estou a lembrar de nenhum nome em concreto eheheh) e para quem o título é tão importante que não se coíbem de o exibir até nos blogues.
Ora é aqui que "a porca vai começar a torcer o rabo", pois não sendo eu "virgem" nestas coisas (e noutras ainda menos lol), sei bem do "estrebuchar" que este tipo de abordagem costuma causar, mormente nos doutores sem doutoramento e nos licenciados pelas ditas universidades, das quais agora não me lembro o nome (nem eu, nem a maior parte das pessoas), verdadeiras tábuas de salvação para muita gente que, sem elas, nunca conseguiriam obter uma nota decente que lhes permitisse ter acesso ao "canudo". Por isso quero deixar aqui bem claro que nada me move contra licenciados e doutores. Nem mesmo dos que fazem gosto em mostrar, nem que seja no perfil do blogue, que ser "gente grande" depende, na sua opinião, do canudinho de cartolina, a imitar pergaminho, embora o conteúdo do dito blogue seja o primeiro a denunciar que para muita boa gente a predefinição de "agricultura" (dada pelo Blogger") é, ela própria, uma afronta aos verdadeiros agricultores. Aquilo contra o qual me insurjo não é o "canudo" em si, nem sequer ao propagandear de títulos que parece fazer feliz tanta gente. É à falta de coerência entre "embalagem" e conteúdo, pois ainda que um blogue não passe do "muro" onde muitos de nós "grafitamos" as dores que nos magoam a alma, seria bom que, pelo menos os "doutorados" o fizessem num português minimamente aceitável.
É que estou cansado de ver a língua portuguesa assassinada por gente que andou um quarto de século a ocupar vagas na escola. Não estou a falar do/a jovem que acabou o secundário só "porque sim", ou naqueles que "esgotaram" a idade escolar e tiveram que fazer contas à vida. Refiro-me a gente que, nalguns casos, até "andam por aí", a fingir que são professores, não fazendo a mínima ideia de onde colocar um acento, uma vírgula ou um hífen.
Por favor, tenham dó "dagente". O ensino já é tão mauzinho sem "vocêses"…

P.S. Este post não se refere a ninguém da minha lista de blogues e, muito menos, aos comentários, onde a pressa, inimiga da perfeição, nos leva a descurar a gramática.

domingo, 25 de outubro de 2009

Amizade "fralda"

Tudo é descartável, neste Mundo. Tudo! Mas o que me confunde, seriamente, é o modo como se descarta a amizade.
E as amizades virtuais? Qual o valor de uma amizade virtual quando a amizade real – ou aquilo que muita gente define, levianamente, como amizade real – anda pelas ruas da amargura?
Frequentemente vejo por aí autênticas declarações de amizade eterna a simples visitantes de blogues, pessoas que nunca se cruzaram, entre as quais existe, apenas, a visão que as próprias querem transmitir de si. Uma visão que pode ser falaciosa, sabendo nós da dificuldade de o ser humano admitir os próprios erros e defeitos.
Amizade é uma palavra para a qual deveria ser necessária uma licença de utilização. Uma licença passada depois de provas concludentes, provas que denunciassem, claramente, o uso abusivo da palavra e da amizade. Porque há coisas "indescartáveis, conho. E a amizade é uma delas.
Puta que pariu os "descartadores".

sábado, 24 de outubro de 2009

Vamos lá "descomplicar"

Os animais têm coisas curiosas que nós só conseguimos interpretar descendo do pedestal de seres pretensamente inteligentes e superiores e regressando à nossa condição de animal.
Eu adoro sentar-me com a minha cadelita no tapete da cozinha.
Ela só come depois de levantada a mesa do jantar e de confirmar que já não vai haver nada para ela. É então que lhe dou uma "iguaria" - normalmente uma colher de arroz de legumes e carne - que ela devora num instante dando início, a seguir, ao ritual de encher a boca com ração seca, caminhar até ao tapete da cozinha, largar as "bolinhas" que depois vai comendo, uma a uma. Depois volta à tigela, volta a encher a boca e repete tudo, numa indolência irritante para quem espera, porque a seguir ela vai querer ir à rua fazer as necessidades fisiológicas nocturnas, acto também ritualizado e demorado, já que "abala" para o terreno ao fundo da rua - normalmente a correr atrás de algum gato - desaparece na escuridão para aparecer passados uns minutos, na sua "pachorra" habitual, a cheirar os pneus dos carros e a "rir-se" para nós, que esperamos pacientemente, ou não, à porta.
Porém tudo muda se, depois da "iguaria", eu me sentar no tapete ao lado da comida, lhe fizer festas e falar com ela, enquanto come. Aí, talvez por se sentir ao mesmo nível, fica com um ar de felicidade indescritível e retribui as carícias com um sorriso e aquele olhar meigo que deixa qualquer pessoa "derretida". Come depressa e, terminada a refeição, estende-se ao meu lado e põe-se a jeito para uma sessão de cócegas na barriga.

Porque é que nós temos tudo para ser felizes e somos tão complicados?

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Que merda!

Eu um dia ainda morro engasgado. Se um dia derem pela minha falta, aqui, é provável que tenha "batido a bota" com alguma coisa atravessada na "goela".
Começou tudo com uma infecção hospitalar que apanhei na intervenção cirúrgica ao pulmão. Ao segundo dia comecei a sentir-me doente. Doente já eu estava, mas comparado com o que estava para vir, a operação foi uma brincadeira.
Apesar da febre e da tosse, ao 6º dia devem ter "carregado" no Paracetamol" e deram-me alta. Aí começou aquilo que eu supus ser a caminhada final. Sempre com a febre e a tosse a evoluírem para níveis insuportáveis – com um corte que ia quase do mamilo até a pouco mais de cinco centímetros de coluna, com a pleura recém-cortada a colar-se aos órgãos vizinhos e com uma costela fracturada durante a cirurgia, dói só de pensar em tossir – pensei que me tivessem mandado para casa para morrer, como fazem nos casos em que já não há nada a fazer.
Ao fim da primeira semana perdi a fala e a expectoração, que se tornara líquida, misturada com o vómito começou por provocar uma reacção defensiva ao nível da epiglote, que se fechava de tal modo que não conseguia respirar. Passaram-se coisas muito más e demasiado "feias" para pormenorizar aqui e já em Stª. Maria, para onde mais tarde pedi a transferência do meu processo (porque me recusei a voltar ao hospital que me operou), continuaram a tosse e os episódios de bloqueio respiratório, de tal modo que ao fim do internamento fiquei com a úvula (aquela "pendureza" que temos à entrada da garganta) tão dilatada que me engasgava com ela. Mas o pior dos "engasgos" eram com a comida. Acho que nem são bem "engasgos". Bastava água, saliva ou mesmo ambientes com muito fumo e a "válvula" fechava-se. Tive de ensinar a dona Galinha a fazer a "Manobra de Heimlich" - especialmente indicada para expulsar objectos estranhos das vias respiratórias – e passei a evitar ambientes frequentados por fumadores e a tentar manter a calma, coisa que se torna difícil quando começamos a pensar que bastam 4 / 5 minutos sem oxigénio para se "apagar o maçarico" definitivamente. Mesmo durante as constipações, basta-me uma noite com o nariz obstruído e começo a entrar em pânico e a dar por mim a saltar da cama com uma sensação de claustrofobia, como se tivesse uma laje em cima do peito.
Aos poucos fui melhorado. Reaprendi a engolir, evito falar quando como e já vou tolerando ambientes mais "carregados", mas quando como sozinho tenho sempre muito cuidado.
Porém, não percebo porquê, nas últimas semanas acho que estou pior. Os "engasgos" que já eram raros, passaram a ser frequentes e começo a encarar as refeições com alguma apreensão. É quase como estarmos a aprender a andar de bicicleta e montarmos mentalizados que vamos cair de seguida.
Há dias senti-me mal durante a noite. Tinha comido castanhas e a agua-pé não estava grande coisa. Precisava de "gritar pelo Gregório" mas estava sozinho na casa de banho e não me aventurei. Desde 2005 que não vomitava e receava uma reacção idêntica. Juro que não foi pieguice. Eu fui sempre sozinho às consultas, mesmo quando atravessei a pior fase e tinha de ir ao hospital mudar o penso, ia a conduzir e demorava uma eternidade a subir a rua até ao estacionamento, sempre em pânico, não fosse dar-me um ataque de tosse no caminho, mas desta vez tive de acordar a dona Galinha para me "ajudar" a vomitar.
Dassssssse! Já nem me atrevo a vomitar sozinho.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eu quero ser marciano

Eu sinto-me envergonhado. Sinto-me tão envergonhado que estou a ponderar a hipótese de renunciar à cidadania portuguesa.
Só ainda não decidi se hei-de pedir a minha renúncia baseada na vergonha que sinto pelos deputados que se dizem meus representantes, ou se por um deus relaxado, que abalou por esse mundo fora a fazer filhos e agora, quando alguma coisa corre mal põe o rabinho de fora e não assume responsabilidades pela merdinha que fazemos.
Com deuses e deputados assim, quem é que precisa de demónios?
Eheheheh

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cria fama e deita-te a dormir

Saramago é um "desbocado" que até pode ter "telhados de vidro" e alguns tiques de "caciquismo", que lhe ficaram sabe-se lá de quando.
Frases do género: - "Deus fez o mundo em seis dias, descansou ao sétimo e, até hoje, nunca mais fez nada" - ficam muito bem num blogue descomprometido (meio parvo, vá eheheh) como o meu, mas na boca de um escritor, em plena campanha de lançamento de novo livro, tresandam a golpe publicitário baixo e reles.
No entanto, Saramago Nobel da Literatura, pode ser um génio (dizem que sim). Saramago homem, pode ser uma besta (aparentemente sim lol). Mas quando os factos e as imagens falam por si, ficamos com a ideia de que não é preciso ser-se um génio para reconhecer que até uma besta pode ter carradas de razão.




Pai viola a filha durante anos e engravida-a duas vezes





Cerca de 16 mil crianças morrem de fome a cada dia no mundo





Monstruosidade na Nicarágua: Pai viola e chicoteia filha de cinco anos





FAO: a cada minuto, 12 crianças morrem de fome no mundo





Itália: detido pai que viola filha durante 25 anos





5.500 crianças morrem diariamente na África ocidental e austral




Por vezes também fico com a sensação de que Deus criou o mundo em seis dias e ao sétimo partiu num luxuoso cruzeiro de férias e cagou-se para a "obra-prima" da sua criação.

Lá isso é verdade

Fez o mundo em seis dias, descansou ao sétimo, até hoje. Nunca mais fez nada.



Deus aprendeu com os políticos. Apanhou-se no "poleiro" e só volta a inaugurar alguma obra na próxima campanha eleitoral.
Eheheheheheh

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pregar aos peixes

Sexta-feira, 16- Outubro de 2009, hora de almoço.

Galinha – Já viste a poça de óleo que está no estacionamento onde a Pintainha tinha o carro?

Galo – Tive uma insónia dos diabos, acordei com uma "pedra" que parece que levei com uma moca de Rio Maior na cabeça, ainda nem fui à varanda, como é que havia de ver poças de óleo na rua?

Galinha – É uma poça de óleo enorme e vai um risco até à esquina, depois há outra poça onde ela parou para entrar na estrada e o risco continua até à rotunda. Já lhe liguei mas deve estar a dar aulas e tem o telemóvel sem som.
Fomos à varanda e:

Galo – Não pode ser do carro da Pintainha. Nenhum carro chega daqui ao Estoril (35 Km) a perder óleo desta maneira. Foi algum carro que bateu com o cárter ao subir o lancil (uma espécie de passeio em cimento, pertencente a um armazém, que serve de estacionamento. Isto é para não começarem já a pensar que a minha Pintainha estaciona em cima do passeio lol) e depois saiu de frente, mas aposto que deve estar avariado a menos de um quilómetro. Em todo o caso vou mandar uma SMS e quando ela tiver um intervalo que vá ver.

SMS – Há algum problema com o teu carro? Há uma poça de óleo no sítio onde ele passou a noite.

Passada a hora de almoço sem resposta e inspeccionado o local, as certezas começaram a dissipar-se e vai outra SMS:

Agradeço que respondas hoje, ok?

14:15-nova mensagem ainda mais furiosa e cinco minutos depois toca, finalmente, o telefone.

Pintainha – Desculpa só ligar agora. Vi a SMS mas estava com uma turma nova e não ia interromper logo no primeiro dia de aulas.
Tinhas razão, no Centro também tinha uma poça de óleo, mas tenho um "furo" de duas horas e já estou na Santogal (oficina). O senhor diz que não vou pagar nada, porque o carro esteve na revisão em Julho e se não for nada grave levo já o carro.

Galo – E não te acendeu a luz do óleo?

Pintainha – Não acendeu luz nenhuma.

Galo – Nem agora, quando foste do emprego até à oficina?

Pintainha – Nada! Depois ligo-te.

Dez minutos depois

Pintainha – Está tudo resolvido. Ele diz que era uma… um… um...

Galo – Um "O" ring?

Pintainha – Isso mesmo, um "O" ring. Não paguei nada e diz que tive muita sorte.

Galo – Um "O" ring do bujão ou do filtro de óleo. Uma merda de uma anilha que nem deve custar 50 cêntimos e que eles não substituíram quando mudaram o óleo. Logo falamos. Bjs.

À noite

Galo – Já viste a poça de óleo que ali deixaste?

Pintainha – Estive a ver agora.

Galo – Nem sei como é que o cárter ainda tinha óleo. De certeza que nunca acendeu a luz, nem subiu a temperatura, nem sentiste o carro a "ficar-se" quando puxavas?

Pintainha – Não senti nada de anormal (era pedir muito de uma gaja, mas...) e tenho a certeza que não acendeu a luz. Eu ando sempre a olhar para as luzes. Nas férias, quando se partiu a correia do alternador, eu vi logo a luz (com a correia a fazer um cagaçal havia uma semana, só se fosse surda é que não dava pela falta do ruído, depois da correia partir lol).

Galo – Há vários lugares de estacionamento sujos de óleo de outros dias e hoje saíste daqui de dia (eram dez horas), o óleo escorria do estacionamento até ao meio da rua e tu não viste? Quando sais de casa vais apanhar um avião e olhas para o ar, é? E uma pessoa que anda todos os dias quase 100 Km, não tem obrigação de ver o nível pelo menos uma vez por semana? Sabes ver o nível do óleo?

Pintainha – Mais ou menos. Tem que se tirar aquela "coisa cor-de-laranja"
Galo – Aquela "coisa cor-de-laranja" é a vareta de verificar o nível e o carro tem de estar num local plano, o motor deve estar quente e espera-se 5/10 minutos até que o óleo desça para o cárter. Depois tira-se a "coisa cor-de-laranja", limpa-se e volta a introduzir-se e tira-se para ver se o nível está na marca. Já te expliquei isto uma dúzia de vezes. Estou farto de te avisar que, antes de entrarmos no carro devemos olhar para os pneus e para o chão, a ver se há algum pneu furado ou líquido derramado. Ou preferes mandar uma jante para a sucata, ou, neste caso, gripar o motor e ficares sem carro para trabalhar?
Os conselhos que eu te dou, entram-te por um ouvido e saem pelo outro, mas um dia, quando ficares com o carro parado uma semana ou duas, ou tiveres que comprar outro, vais aprender. Ou não!
Só tenho pena que desperdices a oportunidade de aprender de "borla" e depois tenhas que aprender à tua custa.
Mas tu és maior e vacinada, por isso só me ouves se quiseres. Tens sempre duas hipóteses: Aprendes de "borla" com o que eu te ensino, ou passas o resto da vida a pagar para seres burra.

É claro que os tipos da oficina são uns camelos. O carro faz as revisões na marca, em 2008 fez a revisão dos 60.000Km onde era suposto verificarem as correias e este ano parte-se a correia do alternador em plenas férias.
Em Julho passado fez a revisão dos 75.000 Km e agora começa a perder óleo por causa de uma anilha que custa 5 tostões.
Mas nós, que somos os donos das máquinas, temos de cumprir certas regras e as gajas acham que isso é coisa de homens.
Olhar para o chão à volta do carro e ver se há uma "inundação" de óleo, antes de arrancar, verificar se existe algum pneu despejado, verificar o nível de óleo, especialmente se o carro anda todos os dias no trânsito agressivo e desgastante da cidade e arredores, é coisa de homens?
- Tenham dó.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

História ca"nina"

Para terminar (ou talvez não…), antes que o tema "cadela" comece a enfadar a "clientela".

A minha "metade" nunca quis ter animais em casa e muito menos um cão (que neste caso é uma cadela), mas agora a Nina tem na dona a sua maior aliada. Tenho de estar sempre a lembrar que "não quero a cadela a comer da nossa comida" mas ela é irresistível e tão "charmosa" (engraxadora, vá eheheh) que é difícil resistir sem lhe dar umas "migalhas" à hora do jantar.

Ela é filha de uma cadela abandonada e enquanto uns putos estavam decididos a matar a ninhada, outro grupo decidiu trazê-la para o bairro. Com madeiras velhas e cartão fizeram uma casota no pinhal, aqui a 200 metros e iniciaram uma campanha junto de quem passava ou ia comprar o jornal ao quiosque para que adoptasse uma cadelinha (eram 3).

A minha "metade" teve sempre pavor de animais peludos (por isso é que eu me depilo desde que casei eheheh), mas depois de ver os cachorrinhos, volta não volta falava neles – "coitadinhos, são tão fofinhos e se ninguém ficar com eles, vão ser mortos".
Andou assim umas semanas até que numa sexta-feira, depois de uma caracolada e umas bejecas, resolvemos ir tomar café e passar pelo pinhal, onde os putos pareciam aqueles vendedores de "time sharing", mais chatos do que a potassa – e leve lá um cachorrinho antes que os matem e não custa nada e pode fazer-se sócio da Liga dos Animais ou da União Zoófila e as consultas são baratas.
Resultado: perante a estupefacção da minha mulher, abalei com a Nina sentada (e assustada) na palma da mão (tinha à volta de3 meses e meio e era tão pequenina e indefesa, que metia dó) e toca de encher um alguidar de água morna e dar-lhe um banho. O primeiro teve que ser de sabonete, porque em casa não havia nada para dar banho a cães e largou logo tantas pulgas, que eu nem queria acreditar. Na superfície da água formou-se uma camada de pulgas inacreditável, por isso o segundo passo foi levantar cedo no sábado e ir ao Continente comprar tudo (ou quase tudo) o que é necessário para lavar e desparasitar o exterior de um cão.

Logo nessa tarde fomos dar um passeio ao Parque das Nações e colocada no chão, sem trela, a Nina nunca mais nos largou. Dávamos um passo, ela dava um passo: parávamos, ela parava. Tinha descoberto a sua matilha e até hoje nunca mais nos deixámos. Tem a sua caixa com almofada presa ao banco do carro (de onde nunca sai, mesmo estando horas sozinha enquanto vamos às compras) e em casa dorme numa casota toda "catita", aos pés da nossa cama.

Agora, que começa a ir para velhota (vai fazer 10 anos em Fevereiro), já me começo a preocupar, porque um dia ela vai "partir" e então não sei como vai ser. Já tivemos uma experiência de certo modo traumatizante, quando ela teve de ser operada a um tumor mamário (tinha então 5 anos) .
Eu andava naquela fase paranóica a seguir à minha operação em que uma simples borbulha ou um espirro fazia disparar o alarme de cancro e assim como estava atento a todos os sinais que pudessem surgir em mim, também passei a inspeccionar a cadela regularmente.
Um dia tive a sensação de algo diferente, mais duro, numa maminha e levei-a à veterinária que me aconselhou a esperar uns meses, a ver se o nódulo aumentava. Passados três meses chegou-se à conclusão que aquilo estava a aumentar de volume e optámos pela remoção.
No dia da intervenção pediram-me para estar presente, para que ela ficasse mais calma, enquanto lhe rapavam a barriga e lhe colocavam um cateter na patinha. Apesar de assustada manteve-se calma por sentir a cabeça apoiada na minha mão. Adormeceu sob o efeito da anestesia, com um olhar entre o terno e o suplicante. Não percebia o que lhe estavam a fazer e parecia que me pedia – tira-me daqui, pá! O que é que estas gajas me vão fazer?
Aproveitando a anestesia foi também esterilizada, por isso ficou com uma costura do comprimento da barriga. Quer-me parecer que a operação a tornou mais "infantil", pois acho estranho que com quase dez anos continue a parecer um cachorro brincalhão.
Entretanto o tempo foi passando e ambos temos tido a sorte do nosso lado. Já vamos quase com cinco anos e não houve reincidência da doença, o que é um bom prognóstico.
Mas entristece-me pensar que a Nina já viveu dois terços da sua vida…

E pronto, acho que tão cedo não vos volto a dar "secas" acerca da minha amiga.
E com o fim-de-semana à porta, dificilmente me apanham cá antes de domingo.
Bom fim-de-semana.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Acho que nos deste uma boa chance

Gostaria de deixar bem claro que o texto que se segue não tem qualquer base científica. É apenas a opinião de um dono atento que faz por aprender todos os dias com um animal sempre disposto a dar-nos as maiores lições de coisas que frequentemente esquecemos, como lealdade e humildade.

Ter um cão e dedicar algum tempo a fazê-lo feliz, nunca é uma perda de tempo, porque ao contrário das pessoas, eles sabem sempre retribuir.
Um cão não deve ser tratado como um bibelô para enfeitar a sala. São animais interactivos que gostam de participar, de algum modo, da vida dos donos e não podemos esquecer que, embora possam viver facilmente em apartamentos, eles têm necessidade de ser cães, de correr, de dar largas ao instinto de caçadores, nem que seja perseguindo lagartixas ou presas imaginárias que tanto encontram num pedaço de pau, como nas algas secas de uma praia.
Os cães, independentemente de serem grandes ou pequenos, preservam ainda o ancestral instinto de matilha. Privados de uma matilha real, nós e a nossa família passamos a ser a sua matilha. Isso pode ser um ponto importante a explorar no treino e educação. Como numa matilha, é bom que ele reconheça nalgum membro da família o macho alfa. E quanto maior e mais possante o animal, mais importante se torna que ele saiba a quem tem de obedecer.
Um cão pequeno é fácil de dominar pela força. Um cão de grande porte facilmente dominará mesmo um adulto de elevada estatura.
Um cão pequeno poderá romper as calças ao carteiro. Um cão grande pode, facilmente, ferir com gravidade, ou até matar, um homem adulto.
É nestas situações que se torna relevante saber aproveitar o instinto do animal. Dificilmente um cão atacará ou desobedecerá ao seu macho "alfa". Ainda assim, os "donos perigosos", que só pretendem um cão possante para exibir a parvoíce, não devem trazer o animal sem uma trela forte com o chamado "estrangulador" e um açaime (e ao dono não seria má ideia colocar-lhe algemas nos pés e dar-lhe uma carga de porrada todas as manhãs em jejum, durante cinco anos).
Depois de pertencerem a uma matilha, é assim que eles se sentem felizes e nos fazem felizes, desde que estejamos disponíveis para saborear a felicidade de um passeio pelo campo ou pela praia (fora da época balnear, porque as outras pessoas não são obrigadas a gostar de cães).

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ó pra ela

Alguém acredita que esta coizinha fofa é filha de mãe abandonada e estava destinada à eutanásia?



Ela fica à espera até que eu tire a foto e a mande embora.
É um animal de uma inteligência extraordinária, sempre à espera que a mande fazer alguma coisa, sempre pronta a aprender.
E para rafeira saiu bem bonita.
Deve ser das poucas loiras bonita e inteligentes à face da Terra.
Pronto, agora é que estraguei tudo eheheh.

O bom julgador por si se julga

Afinal o vídeo da "Maitê" foi feito para pessoas inteligentes e, na opinião da autora bem como do seu bajulador, Miguel Qualquercoisa Tavares, os portugueses são uma cambada de burros, incapazes de distinguir entre um fardo de palha e um molho de erva.

"Aquilo foi uma brincadeira", o polémico vídeo foi para um programa de humor "inteligente" (imaginem se fosse para aquela meia dúzia de galinhas estúpidas e anormais que fizeram o programa). "Se alguém levou aquilo a sério é porque não tem sentido de humor", afirmou.

Por seu lado, o tal jornalista que gosta de jogar à bola na praia, incomodando e distribuindo boladas a quem se estender por perto (declarações do próprio) e que do alto da sua superior capacidade de autocrítica, acha que quem não se sente bem a levar com bolas na tromba é que tem mudar de "pouso", saiu em defesa da "amada", zurrando declarações idênticas.

Isto é uma reacção provinciana e saloia dos portugueses. Somos um povo sem capacidade de humor e autocrítica.

Felizmente temos um jornalista que, sendo um perfeito exemplar do provinciano saloio, parece, apesar de tudo, possuidor de uma refinada capacidade de autocrítica, pois como diz o povo estúpido, o bom julgador, por si se julga.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Vá ser burra prà grande puta que a pariu

Eu acabei de ver este vídeo no blogue da S* e nem tive tempo de ler o resto do post, porque tive de vir logo aqui mostrar esta pérola da cultura crioula brasileira.



Por acaso esta... esta coisa com duas pernas e uma esfregona em cima do pescoço, esqueceu coisas importantíssimas para a reportagem, como por exemplo que em "Portugau" e em português legítimo (nada dessa merda que se fala do outro lado daquele rio... como é que se chama "meismo"... ah Rio Atlântico), os pátios dos conventos são os claustros e, provavelmente, se ela fizesse uma reportagem a achincalhar desta maneira a cultura do país que a recebeu, no tempo daquele político que foi ditador por mais de "vinte anos" (praí 48, mais coisa, menos coisa né?), se calhar era recambiada lá pró "sertão", muito antes de ter tempo de arrumar a trouxa.
Entre tantas imbecilidades, fruto da habitual falta de rigor dos crioulos da outra "margem" do Atlântico (basta ver um filme com legendas amarelas e ficamos logo com a impressão de que o nosso sistema de ensino afinal nem é assim tão mau), também ficou por dizer que, nos dias de hoje, é muito provável que o operário responsável pela colocação da placa de "pernas" para o ar, bem como o "técnico" de informática, sejam conterrâneos da "erudita" repórter.
E é esta cambada que se acha no direito de nos impingir um acordo ortográfico a troco de umas toneladas de goiaba.
Cabrão que a fez.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nicks pra cá, nomes pra lá, o que é que importa?

Meistra estagiária:
Por causa daquela confusão do nome com que "assino" no blogue (Galo ou Fred), achei por bem escrever um post (até porque não tinha assunto e assim já tenho eheheh) e dar um esclarecimento mais completo e acessível a todos, do que se o fizesse num comentário.

Para começar, o quiéi que num teiem nada a ber? Não entendi esta parte.

Fred foi uma pancada daquelas que surgem do nada e que naquela noite me deu para criar o blogue, ao qual decidi chamar "Cantar de Galo" - porque é o que a maioria dos gajos faz. Entretanto, quando procurava um nick acabei por ir por portas travessas dar a Alfred Hitchcock. Evidentemente por causa do cock (galo) e daí para eat (to eat), foi um pulinho, por causa do Alfred Hit(eat)chcock (Fred eat cock numa tradução rasca e meia rebuscada nalgum recanto deste cérebro tortuoso de "Alfredo comeu o galo", ou "Alfredo come o galo", ou uma merda parecida, "prontes").
Entretanto, julgo que baseada na imagem do perfil (que inicialmente era um galo) aquela coisa fofinha e muito cutchi-cutchi, que é a S* (ela vai-me matar por causa disto eheheh), começou a chamar-me Sr. Galo. Como eu próprio acabei por concordar que "Galo" tem muito mais a ver com o nome do blogue, decidi mudar de nick. Mas isso não quer dizer que não responda a quem preferir continuar a chamar-me Fred. Até porque na vida que há para além do blogue não sou uma coisa nem outra.
O meu verdadeiro nome (fica entre nós, agora que ninguém nos ouve ;D) é José (original, não?), para os amigos e familiares Zé (para os amigos e familiares alentejanos, Zéi).
Desde que não apareça ninguém desconhecido a chamar-me pai e a pedir-me pensão de alimentos, chamem-me o que vos apetecer, quê na me ralo.

Se a moda pega...

Se a moda pega e "eles" começam a limpar o sarampo uns aos outros, então acredito que ainda há esperança para este país.

domingo, 11 de outubro de 2009

"Cumbersa" sobre minhocas

Num "diálogo" sobre minhocas, com a Patrícia do Vírgula Voadora, lembrei-me de contar uma anedota que já é mais velha do que a minha avó e tem barbas mais compridas que as do irmão do Pinto da Costa (aquele das autópsias).
Como sabem – ou pelo menos já devem ter ouvido dizer - as minhocas adivinham chuva. Mas isso agora não interessa nada, porque a "minhoca" só é para aqui chamada, primeiro porque foi numa conversa sobre minhocas que me lembrei da anedota e segundo porque é muito mais… subtil, vá, dizer minhoca do que "pirilau", "pixota" ou pila, numa anedota que já nem precisava disso para ser um bocadito ordinária.
Então é assim:
Estavam duas vizinhas à conversa, quando uma dá em queixar-se que tinha um azar "filha da puta" (eram duas gajas do Porto eheheh), que sempre que estendia a roupa dava em chover e passava semanas a fio num estende/apanha de lixar os cornos a qualquer pessoa.
E vai a outra, que era mais velha, e começa logo a cagar postas de pescada, que isso era falta de experiência e mais o caralhinho para cá e mais o caralhinho para lá (as gajas eram do Porto, tá beiem) e eu é que tenho um método infalível e tal e tal e tal.
Logo de manhã, quando me levanto, a primeira coisa que faço é levantar os lençóis. Se o meu marido tiver a "minhoca" caída para a esquerda, é porque vai chover de certeza. Se a "minhoca" estiver caída para a direita, posso estender a roupa à vontade porque "num chobe" nos próximos quinze dias.
- Ó bizinha, então e se a "minhoca" estiber birada para cima?
Ó filha, se a "minhoca" estiber birada para cima, eu quero é que a roupa se f*da!

sábado, 10 de outubro de 2009

Porque hoje não tenho nada para dizer.

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Praia da Calada







Algures entre Stª Cruz e Ericeira.





Num Domingo de Outubro de 2009.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fui invadido

Caraças, acho que este fim-de-semana ainda vou fazer soufflé de lagartas.
As putas foram-se ao meu "jardim suspenso" e comeram-me a salsa, a hortelã e parte de um pé de poejo que apanhei no campo e transplantei para uma floreira.
Bem sei que o terraço do meu 2º andar dos subúrbios, não se compara com a Babilónia (pelo menos ainda não encontrei lá nenhum "marine" americano), mas é o que se pode arranjar e eu gosto de ter plantas e como salsa, coentros e hortelã também são plantas, junto o útil ao agradável.
Além de salsa, hortelã, coentros, hortelã da ribeira, alecrim, piri-piri e poejo, até tenho um loureiro. Mas se até aqui tem sido uma "luta" contra o míldio das roseiras e os piolhos dos crisântemos, agora só me faltava ser atacado por lagartas verdes e nojentas. Nojentas e esquisitas. As gajas não gostam de coentros. Só salsa, hortelã e poejo.
E não é que as vacas estão tão bem dissimuladas no meio das folhas verdes, que só damos por elas quando já não há folhas nenhumas?
Fui-me a elas e esborrachei umas e mandei outras do 2º andar, sem pára-quedas.
Agora há que esperar que as folhas voltem a rebentar.

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Piri-Piri



Loureiro


Hortelã da Ribeira


Alecrim


O que restou da salsa
(e um exemplar de piri-piri)


Pronto, os ladrilhos do chão e os azulejos da parede, são um bocado foleiros (lol), mas isso é responsabilidade do senhorio.

Mais uns anitos e ainda me dedico às modas e bordados :D

Eh pá, eu não paro de me surpreender com a minha versatilidade. Palavra de honra, há dias em que acordo e apetece-me encher-me de beijos e abraços, rebolar sobre mim próprio por uma ladeira florida e verdejante abaixo (como nos filmes) e chegar ao fundo e abalar novamente ladeira acima, feito parvo (como nos filmes parvos :D), com um ramo de flores silvestres na mão, a correr atrás de mim.
Se eu fosse gaja, era comigo que eu gostava de passar os dias da minha vida, até à eternidade… vá, até que a morte me separasse de mim mesmo (ou um bocadinho antes).

Eu hoje fiz um pão. Um pão, mas não foi um pão qualquer. Foi um delicioso e estaladiço (mais ou menos, vá… também não é preciso exagerar lol) pão de sementes.
Bem… na realidade o que eu fiz foi despejar meio pacote de farinha para pão de sementes - do Lidl - em 3,5 decilitros de água morna, na forma da máquina de fazer pão - também do Lidl - carregar no botão e esperar duas horas e meia.
Mas o pão ficou uma categoria. Muito melhor do que o primeiro, feito pela "gaja" (eheheh, bem feito que é para ela não se pôr a "inventar"), que parecia uma esponja de estucador mal espremida eheheh.
Vai um pãozinho com manteiga?

PS. Que pena, não me lembrei de tirar uma foto… fica para a próxima.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Free Fallin não é do John Mayer

"Oube lá", ó Rolls Royce, este é que é o original.
Tu num matrofies, carago, queu andei a matutar uma tarde inteira, pa malembrar de quem era isto.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vê lá, não ganhes calos nas mãos

Pá, não se admirem com a linguagem, mas contar este tipo de anedotas sem o recurso ao vernáculo, é pior do que tentar apanhar uma bebedeira de cerveja sem álcool.

A Carolina Patrocínio fez-me lembrar aquela anedota do gajo que foi pedir a noiva em casamento, mas quando chegou a hora de falar com o pai saiu-se com esta:
- Bem, sabe… nós já namoramos há quase um ano e por isso eu achei que era tempo de lhe pedir a "pachacha" da sua filha.
Indignado, mas como pessoa educada, o pai responde:
- Desculpe, mas o senhor enganou-se. O que o senhor deve querer pedir é a mão da minha filha.
Qual mão, qual porra! Não acha que ao fim de um ano de punhetas, está na altura de passarmos à fase seguinte?

E o vídeo é para ver, ok?



Quem é que vai perder tempo a pedir a mão duma gaja que só gosta de "comer fruta sem caroço"?

Banana não tem caroço,
não tem caroço,
não tem, não tem.
É como a carne sem osso,
não tem caroço,
mas sabe bem.

Dá-me grandes cargas de porrada, mas...

Tenho que reconhecer.
Tenho que reconhecer que a "dona" aqui de casa é uma "máquina" em buscas na net. É um verdadeiro cão de "busca e salvamento".
Fartei-me de procurar um programa para converter vários formatos de filmes para .avi.
- Ela encontrou uma data deles.
Há muito que eu procurava um programa (free, of course) para converter filmes de formato .avi para DVD, mas só conseguia versões "trial", ou "free" com a condicionante de ter de ver os filmes com uma marca-d'água a lembrar a propriedade dos direitos de autor.
- A ela bastou uma busca e apareceu logo com um programa e o respectivo "crack".
Sites porreiros para "sacar" filmes.
- Ela tem uma série deles.
Sites para sacar legendas em português PT (se bem que a qualidade não difira muito das brasileiras).
- Num dia apareceu-me com dois.
Os brasileiros gostam de "estragar" os filmes com dobragens (não lhes bastava as legendas miseráveis).
- Ela arranjou um programa para retirar as trilhas sonoras de filmes dobrados.
Na maior parte das vezes as legendas estão dessincronizadas com o filme.
- Ela já tem um programa (ainda não experimentei) para sincronizar as legendas com o filme.
É assim, tudo o que houver na net e os outros não encontrem, ele encontra num piscar de olhos.
Carros usados ou de serviço.
- Ela encontra.
Apartamentos (casas) novos ou usados?
- Ela encontra.
Firmas fornecedoras de todos os materiais possíveis e imaginários?
- Ela encontra.
É preciso um empreiteiro de obras ou pinturas?
- Ela encontra uma dúzia deles.

É verdade, a minha mulher tem uma "relação" de empatia com a net, que muitas pessoas não têm. E tem uma coisa que toda a gente aprecia: simpatia e disponibilidade para ajudar os outros. É uma verdadeira "relações públicas".
Ela trata do nosso IRS, do IRS da filha e de mais vinte ou trinta colegas que lhe pedem, sem lhes cobrar um cêntimo.
Ela marca as nossas consultas (e também aí ela descobre sempre um médico ou uma clínica onde fazer os exames) e as consultas das vinte ou trinta colegas que lhe pedem.
Ela tem sempre a informação certa, na hora certa e se eu lhe desse "corda", a nossa casa era uma filial do serviço de pessoal da empresa (moramos mesmo em frente…).
Mesmo a filha, que é da geração da informática, não sabe tratar do IVA nem do IRS e pede sempre ajuda à mãe, mesmo para resolver os assuntos, sempre complicados, do Ministério da Educação. Há sempre um "grão de areia" a emperrar os concursos e a mãe tem sempre uma palavra a dizer.
Qualquer assunto relacionado com contratos de trabalho, segurança social, impostos, tudo o que implica burocracia, perdas de tempo e irritações, ela consegue e parece que nunca se chateia com nada e o que não sabe, sabe onde procurar.
Além de tudo isso, não se limita ao trabalho dito administrativo. É uma cozinheira bastante competente; sabe de costura o suficiente para arranjar a nossa roupa e se for preciso sabe fazer uma saia ou blusa menos complicada; adora fazer bordados (não! não ganha a vida com as "bordas", ok?) e licores de tudo o que lhe vem à cabeça: de amora, de figo, de ameixas secas, de cereja…
Defeitos? Também tem alguns.
É vaidosa, teimosa que nem um burro, esquece o modo de funcionamento das máquinas, nunca faz a mesma coisa duas vezes do mesmo modo (falta de automatismo que é fatal na condução), vê nem que seja os últimos cinco minutos de um filme, não é muito pontual (é uma atrasada do caraças, vá eheheh), amua durante semanas, não gosta de grandes caminhadas, come tudo e não engorda, ri, descaradamente, naquelas situações em que qualquer pessoa fica irritada, e dá-me grandes "secas" a ver sapatos. Tirando isto, atura-se mais ou menos.
:PPP

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Há e-mails engraçados (depois de os reescrever em português e sem erros)

Pessoal, não fui eu que tive esta conversa, isto foi recebido num daqueles e-mails que andam por aí. Ai esta gente... eheheh


Ontem, eu e a minha mulher estávamos sentados na sala, a falar das coisas da vida.

Falávamos de viver, de morrer...

Então eu disse-lhe:

- Nunca me deixes viver num estado vegetativo, dependendo de uma máquina para me manter vivo e de só me alimentar à base de líquidos. Se alguma vez me vires nesse estado, desliga tudo o que me mantém vivo, ok?



Não é que a filha da puta se levantou, desligou a televisão e deitou fora a cerveja que eu estava a beber?

Bate-me e ainda fica a "ladrar"

Uma dos motivos que me leva a considerar a sociedade em que vivemos uma pocilga, onde a manifesta falta de valores de alguns elementos nos obriga a todos a chafurdar na mesma merda, é a tremenda irresponsabilidade e a falta de humildade para assumir os erros cometidos.
Aparentemente eu não seria o melhor exemplo para os condutores que circulam nas nossas estradas (uma multa recente por excesso de velocidade tira a "tusa" a qualquer um para dar lições de moral), no entanto, continuo a considerar-me, acima de tudo, um condutor consciente das minhas capacidades e dos meus limites. Limites que nem sempre coincidem com os limites legais, mas perante tanta aberração, nas questões relacionadas com o trânsito, "uma queda na armadilha tão bem montada pela PSP", não passa de uma mera nódoa numa "folha de serviço" imaculada por muitos anos de condução "defensiva".
Diariamente somos confrontados com manobras e atitudes que não lembram ao diabo e que nenhuma escola de condução, por muito que eu discorde do seu modo de funcionamento, alguma vez ensinou a um aluno. É a questão dos telemóveis; são as dificuldades e aselhices de uma grande parte dos condutores para entrarem e circularem numa rotunda; são as mudanças de direcção sem aviso prévio, dando até a impressão que há gente que desconhece a existência de uma lei que a isso obriga e, em casos limite, desconhecerão até a existência de um manípulo para o efeito; é a eterna mania de circular na faixa da esquerda, ainda que no limite da velocidade permitida, sob a teoria de que "se eu já vou a 120 Km/hora, ninguém pode andar mais depressa"; é o estacionamento ou a paragem em qualquer local, que vai desde a simples largada de passageiros em curvas, cruzamentos, rotundas e paragens de autocarro, à ocupação de passadeiras e passeios, dificultando e pondo em risco a vida dos peões. Enfim, é uma panóplia de infracções às quais a autoridade faz "vista grossa", pois é muito mais simples "armar uma cilada" numa via rápida com seis faixas de rodagem e separador central, do que pôr os agentes nos locais onde se morre por estupidez própria, ou incúria de terceiros.
Mas eu não quero passar a ideia do tipo ressabiado que acabou de ser multado, até porque esta lengalenga toda serviu apenas para introduzir o motivo que me traz cá hoje.
O que eu gostava de saber e para o qual não encontro explicação, a não ser na estupidez ou, com alguma boa vontade, na ignorância, é o que leva alguns condutores/as a pararem num semáforo ou numa fila de trânsito "para/arranca", com as "ventas" enfiadas no cu do gajo que vai à sua frente. E isto torna-se ainda numa atitude mais parva, quando estamos ou vamos numa subida, pois há uma maior probabilidade de o condutor (aselha) da frente, deixar descair o carro no arranque.
Outra consequência deste disparate é o próprio condutor/a que o pratica deixar escapar o pé da embraiagem e ir "enfiar" uma traseirada desnecessária no da frente.
Foi isto que me aconteceu um dia destes. Depois de parar num semáforo, a subir, dei pela aproximação de um jipe (porque eu gosto de saber quem tenho atrás) que, depois de já estar parado há alguns segundos, adquiriu vida própria e veio "enfeixar-se" na traseira do meu carro.
Como é que isso aconteceu?
Simples: a "abécula" que o conduzia estava parada com o pé na embraiagem (outro disparate incompreensível, pois os carros têm uma coisa a que se chama ponto-morto) e, ou se esqueceu, ou lhe escorregou o pé e como estava demasiado perto de mim, o resultado foi o que se viu.
Mas isso até nem foi o mais grave, pois não houve consequências nem mecânicas, nem físicas. O problema foi a atitude displicente e arrogante, a falta de humildade para reconhecer o erro e o direito à indignação de quem teve, apenas, o azar de estar à frente da "besta".
Perante uma pequena vistoria e verificação do bom estado e fixação do pára-choques atingido, a "tia" ainda ripostou:
- Veja lá, por causa de um "toquezinho" de nada, é preciso tanta verificação.
Como é evidente, a minha resposta só poderia ser esta:
- Então para a próxima, a senhora vá dar "toquezinhos" destes num camião que venha bem "embalado" e de frente, ok?
Pareceu-me ter ficado em "choque", mas não faz mal. As "terapias de choque" por vezes dão bons resultados. Apesar de ninguém me pagar para dar apoio psicológico a atrasadas mentais.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Só faltaram os foguetes

Quando faleceu a avó materna da minha mulher, a família decidiu mandar rezar missa do 7º dia no local onde ainda agora moramos, apesar de o óbito se ter registado no Alentejo.
Para melhor enquadrar está estória, interessa saber que a minha mulher tem, ainda hoje, a característica tremendamente irritante (que nem o meu sentido de humor aguenta eheheh) de se rir, que nem uma perdida, quando o Mundo está prestes a desabar, facto agravado pelos loucos vinte anos que ela tinha, à data destes acontecimentos. Casada havia pouco mais de um ano, nem por isso tinha mais juízo.
A missa foi rezada numa capela muito velha, por um padre com pronúncia acentuadamente italiana, tendo como ajudante - ou sacristão - um puto nosso vizinho de um loiro quase branco e óculos de fundo de garrafa, de seu nome "Zé Galinhas" (o verdadeiro nome do "artista" era mesmo José X. Galinha X.).
Eu nunca percebi muito bem os preceitos de uma missa (apesar de ter feito a 1ª comunhão à pressa), mas toda a gente sabe que nos funerais ou cerimónias afins, como era o caso, o padre refere várias vezes o nome do defunto.
Ora a avó da minha mulher chamava-se Antónia, mas o padre italiano meteu na cabeça que era "António" e de cada vez que se referia "à nossa irmã António", a minha mulher e a irmã (um ano e pouco mais nova), tinham de abafar uma risada. Para "animar" ainda mais a missa, todas as vezes que o padre se enganava, o "Zé Galinhas" corrigia-o com um sussurro, audível na pequena capela : - "Antónia", sr. padre… e o padre repetia – "à nossa irmã Antónia". Mas da próxima vez, esquecido da recomendação do sacristão, lá voltava a repetir "à nossa irmã António", o "Zé Galinhas" voltava a corrigir: - "Antónia", sr. padre… o padre repetia a lengalenga e elas tentavam abafar a custo uma nova e mais sonora gargalhada.
As coisas tomaram tal proporção que a minha sogra, sentada na primeira fila, já olhava para trás e deitava chispas pelos olhos, por ver a filhas "fazendo figuras tristes" eheheh.
Mas quando as coisas já tinham atingido um ponto que ninguém imaginava que pudessem piorar, eis que chega aquela parte da missa em que as pessoas se levantam (ainda não percebi porquê) e começam a rezar de pé.
Os bancos corridos da improvisada capela, não eram presos ao chão e na ponta daquele onde a minha mulher e a irmã estavam sentadas, tinha ficado a minha mãe, já com os joelhos todos "empanados" pelo reumático. Quando toda a gente se levantou, a "velhota" não acompanhou o movimento e o banco, cedendo ao peso da idade e do reumático (LOL) levantou a outra ponta, deixando a minha mãe estatelada no "soalho" da capela.
Foi a gota que faltava para que aquelas duas alminhas tivessem que vir para a rua comemorar o 7º dia da morte da avó, com uma barrigada de riso.
Só faltaram os foguetes… eheheh

Virar o Mundo às avessas

Há muitos anos (muito antes da extinção dos dinossauros) eu tinha um chefe "muntaporreiro", daquelas pessoas que conseguem brincar sem nunca perderem o respeito dos subalternos.
Um dia ele precisou de sair mais cedo, por motivos particulares e quando passava por mim eu saí-me com esta piada:
- Ó chefe, se vai sair mais cedo não se esqueça de me deixar a chave da secção!
- E porque não? Já te conheço há tempo suficiente para saber que posso contar contigo, a nível profissional e pessoal. Já te demonstrei que tenho mais consideração por ti do que por alguns dos meus colegas da classe dirigente e estás entre um grupo de três ou quatro operários em quem eu sei que posso confiar qualquer trabalho, que nunca me vão deixar mal. O único motivo que me levaria a colocar algumas reticências na tua capacidade para chefiar a secção, é essa mania de andares sempre na puta da brincadeira.
Quando deixares de atirar bolas de trapo molhadas a quem passa perto do teu posto de trabalho, quando chegarmos a um Verão em que tu não passes o dia com uma mangueira na mão a dar "banho" ao pessoal, quando deixares as brincadeiras de Carnaval lá fora e não andares a pôr rabos aos colegas e a "besuntar" os manípulos do quadro eléctrico com massa lubrificante, para me obrigares a ter de lavar as mãos depois de desligar a luz , podes ter a certeza que estás entre os primeiros a quem entregava a chave e a chefia e ia tranquilo para casa.
Foi muito difícil, mas uns anos mais tarde sempre consegui chegar à chefia (noutra secção) mantendo um pouco deste meu lado "infantil". Por isso, quando o chefe G. se reformou, já velhote, e se despediu de mim com um grande abraço e o desejo de muita sorte, não conseguiu evitar o habitual remoque: "e vê se ganhas juízo, que já tens idade para isso".
Afinal parece que sorte ainda vou tendo alguma, juízo é que nem por isso eheheh. Cada vez vou tendo menos paciência para "graçolas" e "descarrilo" com mais facilidade, mas ainda vou arranjando jeito para uns ataques de "sã loucura".
Posso ter tido alguma dificuldade em afirmar-me profissionalmente numa sociedade demasiado "cinzenta" onde o chefe tem de ser um tipo sisudo e ainda hoje me sinto, de algum modo, deslocado entre algumas pessoas da minha geração e do meu estrato social, mas acho que tenho sobre eles a vantagem de conseguir ver o Mundo ao "microscópio" e pegar naquelas moleculazinhas, desmontá-las em átomos, protões, electrões e neutrões, voltar a montar tudo às avessas e largar uma gargalhada.
Gosto de imaginar como havia de ser cómico se, num passe de mágica, conseguisse que todas as pessoas acordassem, numa bela manhã de Primavera, com o sexo mesmo no meio da testa.
A carga de trabalhos que era cumprimentar aquela amiga ou colega, boazona, com dois beijos, sem ser acusado de assédio sexual.
A dificuldade acrescida de viajar nos transportes públicos, em hora de "ponta", sem dar umas "cabeçadas" naquela passageira da frente, com ar de quem não toma banho há mais de um mês.
E mais engraçado ainda era quando um tipo chegasse a casa "entusiasmado" e a mulher lhe perguntasse:
- Ouve lá, ó Chico, afinal isso hoje é mesmo amor, ou vens outra vez pra me "fod*r o juízo" por causa do jantar estar atrasado.
Eheheheh.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Meninas, eu arranco-vos uma orelha à dentada!

Mau feitio, eu?
Pelas críticas que oiço cá em casa, acho que devo ser qualquer coisa entre o Matley e o Diabo da Tasmânia.





Sou resmungão e, ao mesmo tempo, rio-me entre dentes sempre que consigo criar uma situação caricata, como o Matley faz com o Dick Dastardly.



Sou "acelerado" e quando as coisas não me correm bem, sou capaz de "entrar em parafuso" e destruir o que estiver à minha volta, como o Diabo da Tasmânia.

Há tempos comprei um medidor de tensão arterial no LIDL e quando o fui usar, começou a dar-me leituras tão disparatadas que ao fim de 10 minutos, já com a tensão alteradíssima e a ranger os dentes, passou-me uma coisa pela vista e atirei a máquina contra a parede.
Nem me lembrei que o Lidl aceita devoluções sem qualquer pedido de explicação… e juro que não sou loiro. eheheh