quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Venham saber mais sobre mim.

A grande "meistra" Patrícia, do blogue O diário da estagiária, propôs-me que publique uma lista com oito características que, penso, melhor me definam.
Confesso que não foi tarefa fácil pois, como podem ver logo pela primeira, não é coisa que eu faça com muita facilidade.

1 - Uma das minhas características mais vincadas, é que tenho imensa dificuldade em definir as minhas características.
Se eu fosse um medicamento, seria um genérico, de certeza.

2 - Sou ansioso por natureza (ihhhh, tanta gente que eu oiço dizer o mesmo). Qualquer problemazito se transforma numa bola que depois me sobe até às "goelas", me sufoca e me põe a andar de um lado para o outro, como uma fera enjaulada do Circo Cardinalli.

3 - Sou capaz de dizer as piadas mais disparatadas nos locais e ocasiões menos próprios.
Já me vi forçado a sair de um velório para rir na rua, depois de ter "largado" uma daquelas piadas que a hipocrisia dos velórios propicia.
Um dia algum morto ainda se levanta e vem a correr atrás de mim eheheh.

4 - Sou um bocado alarve a comer e, talvez fruto de algum trauma de infância, quando a miséria era maior do que a fartura, gosto de sentir a segurança de um frigorífico bem abastecido.

5 - Considero-me um tipo de confiança. Depois de assumida uma posição, não volto atrás perante a perspectiva de vir a sair prejudicado no "negócio". Sou, portanto, um péssimo negociante.

6 - Acho que sou um pouco solitário. Gosto do convívio, especialmente da família nuclear, mas preciso do meu "espaço". Não sou muito de visitar nem de receber.

7 - Gosto de andar a pé e de pensar. Andar a pé em locais ermos e frios, proporcionam-me o isolamento ideal de que necessito para pôr as ideias em dia.

8 - Parece que com a idade estou a ficar mais "intuitivo". Ainda não cheguei àquela fase em que um homem "não tem dúvidas e raramente se engana", mas o meu dedo mindinho cada vez acerta mais. Só não acerta é nos números do Euromilhões.

E pronto, ficaram assim a saber mais um pouco sobre mim (já faltou mais para saberem a cor das minhas cuecas eheheh).
Como vem sendo hábito - até porque os desafios andam tão disseminados que dificilmente arranjaria alguém que não tivesse respondido a este - considerem-se todos convidados.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

E se estivesses calado?

Chegou e disse.



Tirou o chapéu e foi-se.

E aqueles portugueses ingénuos que ainda acreditam que daquela boca possa sair mais do que migalhas de Bolo-Rei e que há mais de três quinze dias esperavam toda a verdade sobre as polémicas escutas, acabam por ficar na dúvida se foi a montanha que pariu um rato, ou se foi um rato que pariu uma montanha de disparates, dignos de um miúdo da escola primária.
Vai-se a ver e a responsabilidade desta polémica idiota ainda vai recair sobre algum continuo da presidência da república.
Ora eu penso que não é para este tipo de tricas de cabeleireiro e manicura que nós pagamos aqueles milhões todos que se gastam com esta gente.
Puta que os pariu!

Só me faltava mais "esta"

- Então pai, como é que correram os exames?
- Correram bem!
- Com uma cara dessas e correram bem?
- Com que cara é que tu estavas se tivesses sido multada, por excesso de velocidade, num local onde estás farta de saber que a "bófia" monta "emboscadas"?
- O quê, foste multado? (já com cara de gozo) Não acredito!
- em 120€!
- Ora, deixa lá os 120€. O que importa é que que correu tudo bem e "estás aí prás curvas". Tens é que ter mais cuidado com as rectas (gargalhada geral).

Aproveito para agradecer a toda a gente que aqui deixou uma palavra de carinho, sem as recriminações que eu bem merecia (a ver se deixo de ser "acelera").
De resto, não há motivos para grandes comemorações. Digamos que "comprei" esta vida a crédito e hoje apenas paguei mais uma "prestação" semestral que me vai dar algum alívio nos próximos três a quatro meses. Depois começa a infernal "descida a pique" até bater bem no fundo e, lá para Abril, pago mais uma prestação e volta tudo ao início.
Até lá vou fazendo os possíveis por "curtir" alguns momentos de prazer, agora ainda mais limitados (no que toca a petiscos...) por causa de uma ligeira subida da glicemia.
Ou dieta, ou diabetes!
:-(

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu mereço um fardo de palha

Eu hoje devia estar assim



porque os meus exames deram todos negativo e porque fui especialmente bem atendido e porque o meu médico em Sta. Maria é um espectáculo e porque, ao contrário do habitual, eram 10:30h e já estava despachado...
Mas estou assim



porque nesta avenida dos "arrabaldes" de Lisboa, que tem seis faixas de rodagem e 1Km entre os dois semáforos mais próximos, sem passadeiras nem cruzamentos (nem passa por ali ninguém a pé),



situada entre quintas e baldios de um lado e os estaleiros do Metro, do outro – como comprova a foto seguinte,



tem um limite de velocidade de 50Km/h e eu passei a 78Km/h, apanhando assim a primeira multa da minha vida.

Eu não estou contra a autoridade por fazer cumprir a lei. Estou contra mim, porque a euforia me fez esquecer esta "emboscada" que tão bem conheço e porque a manhã de hoje ameaçava trovoada – chegando mesmo a chover, por volta das 7 horas da manhã – e é sabido que nas primeiras chuvas de Outono, os ratos saem dos esgotos.
Mas como não é o dinheiro que faz a minha felicidade, que se fodam os 120€, porque eu não vou permitir que três talibãs "emboscados", me estraguem um dia que tanto esperava há seis meses.

Por isso senhores "ratos de esgoto", pra vocês aqui fica um belo manguito e um conselho:


Troquem os meus 120€ em moedas de dois euros e entretenham-se a enfiá-los pelo cu uns dos outros acima. Pode ser que vos saia um Jackpot.

O que me deixa mais fodido, é ser multado por uma merda de 78Km/hora, num local onde toda a gente - incluindo eu, que não sou santo - passa entre os 100 e os 120 e haver tantos locais perigosos que não são fiscalizados.
Batam-me, porque eu mereço.
Mereço por não respeitar a lei e mereço por ser tanso.
Toda a gente sabe que a "bófia" se esconde na urbanização do Albarran... que, por acaso, nem tem saída directa para a avenida em questão.
Dassssse!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Acontece aos melhores (como eu ;PPP)

Este texto (enorme) é dedicado à Patrícia, do "Vírgula Voadora", que teve um azarzito com a carta.
Olha prós "calhordas" à tua volta e não desanimes.
Como acontece com toda a gente, logo aprendes a conduzir quando tiveres carta.

Eu sou um tipo muito nervoso, muito acelerado, a quem o mais pequeno problema tira o sono. No entanto encarei sempre os exames com uma "descontra" que os colegas até ficavam parvos. Nos meus tempos de estudante (trabalhador estudante, diga-se), como aluno auto-proposto, tinha de fazer exames a todas as disciplinas (os alunos da escola tinham a hipótese de dispensar exames, caso as notas o permitissem, mas para quem estudava "por conta própria" não havia "abébias").
Adoptava sempre a "filosofia" de que pelo menos sabia metade da matéria, o que já dava direito a um 10. Se conseguisse acertar mais alguma à sorte, tudo o que viesse era lucro. Tive até um caso caricato com Físico-química.
A empresa onde eu trabalhava disponibilizava salas e pagava a professores, normalmente engenheiros da própria empresa e um ou outro contratado no exterior.
Arrancávamos com metade das disciplinas do curso e ao fim de seis meses propúnhamo-nos a exame. Nada desta brincadeira que se vê agora, com as novas oportunidades, porque a conclusão do curso dependia sempre da escola (neste caso a Afonso Domingues), que nutria uma certa antipatia por uns tipos que caiam ali de pára-quedas e que, por acaso – ou talvez não – mesmo sujeitos a exame nacional, obtinham notas superiores à média dos alunos "residentes". Há que ter em conta que estou a falar de um curso que substituiu o antigo industrial (Curso Geral de Mecânica) e de alunos com 20 anos, ou mais, no ramo da metalo-mecânica e nestas coisas a prática e a maturidade são extremamente importantes.
O meu orientador de físico-química era um antigo camarada da "ferrugem" que tinha chegado a engenheiro. O Eng. H. era um tipo do melhor que há, como pessoa, mas foi sempre um "baldas" e um desorganizado do caraças. Lembro-me dele ainda éramos putos e enquanto nós já estávamos no local de trabalho, o H. ainda vinha a correr pela avenida com 500m de comprimento que atravessava a empresa, a enfiar o casaco de ganga e com as botas desapertadas e a fralda da camisa de fora. Como pessoa não lhe subiu o "canudo" à cabeça e continuou a ser um "bacano", mas como professor era uma desgraça eheheh. Bastava que algum "rabo de saia" lhe desse dois dedos de conversa e lá se ia uma aula pró "maneta". E como não percebia grande coisa de química, mesmo que ninguém lhe desse conversa ele tratava de a procurar.
Resultado: passados 4 dos seis meses de aulas, o H. ainda não tinha "tocado" na química.
Um dia já estava tão farto do H. que resolvi desistir de físico-química. Passadas duas aulas a notícia chegou aos ouvidos do H. (distraído como era, provavelmente nem tinha dado pela minha falta eheheh), que me apanhou à entrada da "Formação e Aperfeiçoamento" e já não me largou.
- Porque tens de ir a exame, porque tu até te "safas" bem e porque vou começar agora a dar química e bastam meia dúzia de aulas para dar a matéria que falta e bla, bla, bla, whiskas saquetas.
Não vou! Não vou! E não vou! Não vou fazer figuras tristes para a Afonso Domingues e o meu curso acabou aqui, foi a minha resposta.
Por acaso as inscrições para exame tinham sido na semana anterior à minha desistência e, uma vez que tinha pago a inscrição, ir a exame dependia apenas da minha vontade.
Foi então que um colega de um nível mais adiantado veio ter comigo e me chamou à razão.
Não ligues ao artolas do H., porque ele já fez o mesmo comigo. Sabes que o gajo é sempre a mesma merda e com essa teimosia o único prejudicado és tu. Vai comprar o livro do ano passado, porque o deste ano não vale nada, estuda a parte da química, que está muito bem explicada e vai a exame.
E fui.
E o H. quando me viu na escola, no dia do exame, não sabia se havia de rir ou chorar, porque eu tinha desistido das aulas dele mas era muito capaz de o envergonhar com uma boa nota.
E envergonhei. Tirei um 15 que, por acaso, foi melhor do que a dos tipos que não desistiram das aulas do H.

Esta conversa toda era só para dizer que um "rapaz" que nunca se enervava nos exames, fez uma figura triste no exame de condução. Não chumbei, mas para quem estava habituado a andar de mota sempre a "abrir" no meio das filas de carros na 2ª Circular, ia sendo uma vergonha. Em grande parte porque o meu instrutor também não foi muito inteligente. Na véspera de me levar a exame é que se lembrou de mudar o disco de embraiagem. Está-se mesmo a ver que no primeiro arranque a subir, deixei logo o motor ir abaixo. E a partir daí, não sei se por ver a confiança traída ou porque carga d'água, entrou-me uma "tremideira" nas pernas como nunca me tinha acontecido.
Tive um bom examinador. Cara de pau, ao princípio, mas de uma humanidade fora do vulgar, olhou para mim, olhou para a papelada que tinha na mão e perguntou-me:
- Sr. J., costuma ver Fórmula1? Já reparou que os tipos também deixam o motor ir abaixo e não ficam com as pernas a tremer? Então você, um homem habituado a lidar com metralhadoras e granadas (ler a minha ficha já era indício de algum interesse pelo que estava a fazer. É um pouco como os profs que ao fim de duas aulas já sabem o nome dos alunos) fica-me com as pernas a tremer, só porque não arrancou à primeira? Vamos lá embora que ainda tem mais duas hipóteses de falhar e eu tenho que ir hoje para Santarém.
E a partir dali mandou-me fazer todas as manobras (marcha atrás, estacionamento, inversão de marcha, etc.) em subidas ou descidas.
No fim passei no exame, mas fiquei tão desiludido comigo, por não ter conseguido a prova limpa que eu sabia ser capaz de fazer, que nem comemorei a passagem no exame.
Foi em Abril mas estava um calor de trovoada que ainda hoje me sufoca, só de me lembrar. Entrei no café do meu bairro, pedi uma "bica" e fiquei a olhar através das pessoas e das paredes.
Quem sabe não começaram aqui os meus dias de prostração, como o de ontem.

Mal empregado tijolo

Porra, não me digam que vocês acreditaram mesmo que eu era capaz de dar com um tijolo na cabeça da minha vizinha?
Com tantas pedras que há aqui, era só o que faltava era ir estragar um tijolo no toutiço da velha.
Não, agora fora de brincadeiras, a senhora até é uma velhota simpática de 70 anos com quem nós nos damos lindamente. Temos terraços separados por um pequeno muro de 90cm, por onde normalmente salto quando ela me pede para lhe consertar alguma coisa. Já lhe reparei dois candeeiros mais velhos do que ela (eheheh), já lhe reparei o interruptor da luz do frigorífico (mais velho do que ela), já lhe montei uma lâmpada económica na chaminé e se ela quiser até sou capaz de lhe pôr a puta da cadela a ladrar "fininho".
É verdade, a senhora é uma retornada de Moçambique com todos os problemas das senhoras de 70 anos, retornadas das ex-colónias. Tem um bocado da mania das grandezas, é um bocadito racista, vota na bruxa da Manuela Ferreira Leite e acha que o palhaço do Cavaco é o homem mais honesto do Mundo (dasssssse), mas no fundo não é má pessoa e nunca me deu motivos pata lhe partir um tijolo na cabeça, ainda para mais havendo tantas pedras por esses caminhos fora eheheh.
A cadela mói-me o juízo, mas tenho a certeza que com o pescoço entalado na porta do prédio, deixava de ladrar num instante eheheh.
"Prontes", isto era só para que não passassem o fim-de-semana a fazem um mau juízo do Galo.

Bom fim-de-semana e não se esqueçam:
Se forem votar não estacionem em cima do passeio ou da passadeira, à porta da assembleia de voto, porque respeitar os outros "cidadões" é um dever cívico tão importante como "botar" o papelinho na urna.
E depois, fica sempre bem sermos nós a dar o exemplo, antes que "esfreguemos" as fuças aos outros, ok?

Metamorfose

Tinha mesmo que ser. A seguir a uma noite e um dia de marasmo, vem sempre uma ou duas noites de insónia e de "alta tensão". Noites em que todos os problemas parecem "aterrar-me" no travesseiro.
O coração fica um cavalo incontrolável e o corpo é sacudido por descargas eléctricas que se dispersam pelas penas em espasmos a fazerem lembrar aquela experiência científica onde um gajo (que agora não me lembra o nome) dava choques eléctricos a uma rã morta e esta esticava as pernas.
Se calhar estou a sofrer uma metamorfose. Sou um príncipe transformado em sapo morto por um beijo da Manuela Ferreira Leite, que um cientista maluco tenta ressuscitar durante o sono.
Depois, finalmente a noite acaba e com os primeiros raios de sol começam os latidos da cadela da vizinha.
Macacos me mordam se eu um dia não pego num tijolo e não desfaço a cabeça à cadela e à dona.
Puta que as pariu.
Ah, mas a vingança é terrível. Mais logo, quando finalmente ela calar a cadela para que o seu querido netinho possa dormir uma sesta repousante (o que me f*d* a cabeça, é a vaca achar que o neto tem mais direito ao sossego do que os vizinhos) vai levar cá uma dose de AC/DC, de fazer estremecer os alicerces do prédio.
Há gente capaz de transformar o lugar mais paradisíaco num inferno.
Dasssssssse!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sinto-me meio "apagado"...

Bem, hoje tenho limitado a minha acção a deambular. Até uma ida, meio forçada, ao Parque das Nações não passou disso: deambular.
Quem tirou partido do passeio foi a minha amiga peluda (e não, não estou a falar de ti, S* eheheh), que se molhou toda a brincar com os torniquetes de rega. Eu não gosto que ela faça aquelas "fitas" no Parque das Nações porque aquele sistema de rega canaliza a água das regas anteriores para um reservatório (onde, provavelmente, sofre algum tratamento químico) e no meio da brincadeira, quando ela "luta" com o jacto de água, sempre há-de beber alguma, o que não deve ser nada bom para a saúde. Mas ela fica tão feliz e tão engraçada, toda encharcada, que se perdoa o mal que faz, pelo bem que sabe.
Mas voltando à minha letargia, deixou-me prostrado na cama até às 10 horas e no sofá até às 13 horas e numa apatia tal que só com algum esforço consegui sair de casa. Ao almoço tinha uma falta de força muscular e um cansaço que mal conseguia levantar os braços e levar a colher da sopa à boca. Qualquer movimento mais brusco parecia ficar "gravado" numa dor muscular, tipo cãibra, que durava alguns minutos. De resto não sinto qualquer tipo de sintomas gripais, nenhuma febre ou mal-estar geral. Tirando a fraqueza muscular e a falta de vontade de encarar o Mundo, não creio que seja algo com gravidade e parece estar agora a melhorar. É sempre assim, um bicho de hábitos nocturnos melhora com o cair da noite.
Espero que esta "ressaca" não dure mais do que as 24 horas do costume, ou então isto ainda vira depressão "pós-parto" (lol).
Eu tenho andado a meter-me com a Manela, a chamar-lhe bruxa… na volta foi ela que me encomendou alguma "macumba" ;D.

P.S. Xiubia, hoje vi uma gaja parecida contigo, no Parque das Nações. Como tens andado um bocado aliviada de trabalho e a curtir umas belas férias prolongadas, ainda pensei que tivesses vindo até à Capital e que era desta que eu te pagava um copo.
Fica para a próxima.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu nem durmo a pensar nisto ;D

Ora bem, como sabem, no próximo Domingo vamos ter eleições. Vamos ter mais uma dose de Sócas ou da MFL, vamos ter meia dúzia de partidos todos eles vencedores e vamos ter, sobretudo, uma semana de ansiedade, com um crescendo de stress, porque um gajo preocupa-se com o futuro do país (dassse) e olha para o espectro político e só com uma dose dupla ou tripla de imaginação é que consegue decidir em quem votar.
Podíamos utilizar a táctica do voto útil, mas aí levanta-se a questão de saber para quem é que o voto é útil.
Podíamos embarcar na onda da maioria absoluta, mas quer-me parecer que nos últimos 80 anos a única maioria absoluta que funcionou, foi a da Alemanha Nazi. O Sócas tem-se esforçado e o Cavaco teve a sua época de ouro há mais de uma década mas, tanto um como o outro, não passam de reles imitações.
Com os restantes partidos a serem meros figurantes e as hipóteses de alternância divididas entre PS e PSD, acham mesmo que vale a pena um cidadão sair de casa no Domingo, para ir votar? E se vale, nem que seja para votar em branco, dirão muitos de vós, então façam o favor de me esclarecer - que eu nestas coisas sou um bocadinho "naif" - qual a diferença entre votar em branco e não votar.
Eu sei que, ao fim de 35 anos desta espécie de democracia, esta dúvida vai parecer estranha a muita gente. Mas eu sou um "rapaz" distraído, que tem coisas muito mais importantes em que pensar e ainda não tive tempo de me debruçar sobre o método de votação em Portugal e, por conseguinte, peço a vossa ajuda para perceber a diferença. Mas uma ajuda consistente, preferencialmente baseada nos textos que regulam o processo eleitoral e nada daquelas "tretas" dos deveres cívicos, do exercício de cidadania, porque disso já eu estou farto de ouvir. Eu quero é algo de concreto, algo que me diga que "isto é diferente daquilo" por esta ou aquela razão.
Em que é que o voto em branco ou o não voto, podem influenciar os destinos desta barca à deriva?
Antecipadamente agradecido pelo esclarecimento (depois mando-vos um presunto e um garrafão de tinto).

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Olhe que não, olhe que não.



Portugal ainda não é um país de atrasados mentais.
Já faltou mais, mas por enquanto...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Uma luta de "tubarões"

José Manuel Fernandes, Director do jornal Público, acha que o jornal está sob escuta.

Ora eu já acho extraordinário que alguém tenha pachorra para ler o Público, quanto mais escutá-lo eheheh.

Por seu turno Belmiro de Azevedo – patrão da SONAE e do Público (o tal que no início da crise económica achava que os salários dos trabalhadores tinham que ser reduzidos para metade) - faz a seguinte recomendação:
"Que o 'Público' que não se deixe assustar por governantes"

Porra, toda a gente sabe que é mais fácil aos governantes cobardolas e vendidos que temos, assustarem-se com o patrão da SONAE, do que o Público assustar-se com os governantes.
Até porque ter Belmiro de Azevedo por patrão já deve ser susto tão grande que ninguém naquele jornal vai ter tempo para se assustar seja com o que for.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cuidado com as radiações!

Periodicamente vêm a público as conclusões de mais um estudo efectuado por mais uma universidade americana (até parece que algumas universidades americanas não fazem mais nada além de estudos, alguns deles bastante idiotas), sobre a perigosidade das radiações dos telemóveis.
Confesso que não dou muito crédito à maior parte do que se diz sobre os telemóveis, mas isso não quer dizer grande coisa, porque eu também nego qualquer tipo de superstição e, no entanto, mudei toda a documentação, todos os relatórios e exames médicos, da pasta preta inicial, para uma bem verdinha, cor da esperança.
Ou seja: eu não acredito em bruxas mas, pelo sim, pelo não, deixa-me cá pregar uma ferradura atrás da porta.
De entre todas as dúvidas suscitadas pela utilização dos telemóveis, aquilo que mais me preocupa, como utilizador moderado, é o modo mais adequado ao seu transporte.
Este é um problema que, no que me diz respeito, não se põe nos meses de Verão quando a falta de bolsos me obriga a usar uma bolsa à tiracolo. Eu sei que fico com um ar um tanto ou quanto amaricado mas, hoje em dia, um gajo já tem quase tanta porcaria para transportar como as mulheres e o facto de usar muitas vezes calça de elástico desportiva ( assim do tipo safari), ou calção do mesmo género, causa-me algum receio de que demasiado peso nos bolsos as faça descair de repente e um dia me veja em cuecas no meio da rua.
Mas "prontes", o post é sobre o transporte do telemóvel e, em especial, lá mais para fins do Outono, princípio do Inverno, quando a fartura de bolsos do casaco ou blusão dispensam o uso da bolsa a tiracolo.
A dúvida que então se levanta, é a de saber em que bolso transportar o "dito cujo", sem correr riscos desnecessário com as respectivas emissões de radiação.
Pela parte que me toca, o bolso interior esquerdo fica logo fora de questão, uma vez que está demasiado próximo do coração. E embora eu não tenha problemas cardíacos nem seja portador de pacemaker, nem por isso quero arriscar danificar um órgão indispensável à vida.
Por outro lado, o bolso interior direito fica tão próximo do que me sobrou do pulmão direito, já de si tão danificado e tão sobrecarregado com doses extras das radiação provenientes das TAC's e RX semestrais, que seria despropositado correr o risco de "queimá-lo" ainda mais com as radiações do telemóvel.
Esgotados os bolsos interiores do casaco e com os exteriores do mesmo colocados de parte devido à molhada das chaves que iriam riscar o visor de qualquer telemóvel, restam-me os bolsos das calças. Só que aí há que ter cuidados redobrados, pois se os estudos estiverem correctos e for verdade que um telemóvel ao receber uma chamada emite energia capaz de cozer um ovo, imagine-se o que não faria aos testículos de um gajo, caso fosse colocado num dos bolsos laterais das calças. E, muito sinceramente, confesso que não me apetece mesmo nada um dia destes acordar a falar fininho e com um desejo irresistível de vestir roupa interior de mulher, às escondidas. Há uma idade para tudo e a minha já não é a mais adequada para dar um desgosto à família.
A última hipótese passa pela utilização do bolso traseiro das calças mas aí, além do risco de me sentar distraidamente em cima do aparelho, voltamos ao problema de dar um desgosto à família. Suponhamos que as radiações provocavam uma mutação maluca e em vez de acordar a falar fininho eu acordava com uma estranha comichão no cu.
Acima de tudo, como homem casado e pai de uma filha crescidinha, tenho a noção da importância de preservar a minha reputação de macho, nem que para tal tenha que abdicar do telemóvel.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A lógica da batata

Pois é, todos morremos um dia e se há-de ser mais tarde, que seja já esta noite.

Ou então, a lógica é uma batata.

R.I.P.

Morreu Patrick Swayze

Nunca esteve entre os meus actores preferidos mas morrer aos 57 anos, depois da travessia daquele corredor da morte tenebroso que é o diagnóstico de cancro, deveria ser proibido por decreto.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vou atirar-me ao borrego, como se não houvesse amanhã.

Ontem e hoje tenho andado em "maratona".
Ontem levantei-me muito cedo (se 6:45 é cedo?) e fui-me plantar à porta do Centro de Inspecções, pa levar o meu popó à inspecção.
Passou na maior, apesar dos 11 anos sempre na garagem estrela e dos 120.000 km. Só levou uma advertência na chapa de matrícula, que está a ficar cor-de-rosa onde devia estar amarela, mas disso "ele" não tem culpa nenhuma.

Hoje levantei-me às seis da madrugada para ir fazer as minhas análises da praxe, a Sta. Maria.
Tive uma sorte do caraças, porque mudaram o horário das 8 para as 7 da manhã e como eu cheguei às 7:20 e o serviço está muito eficiente (aquilo nem parece um hospital público), em 20 minutos estava despachado.
As enfermeiras são uma meninas queridas. Quando pegam no papel e reparam no motivo das análises e olham para o meu aspecto de playboy (Loooooool), acho que ficam ainda mais tristes do que eu e só não me levam ao colo porque eu estou um bocado pesadote. Mas é verdade, sabe tão bem sentirmo-nos "paparicados" que até custa menos tirar sangue e suporta-se melhor o jejum. Suporta-se… ás vezes. Hoje, por exemplo, apesar de me ter despachado cedo e de às 8:10 estar em casa, durante os 15 minutos do percurso que medeia entre o local onde estaciono habitualmente (junto à Loja do Cidadão das Laranjeiras) e o hospital, começou a dar-me cá uma destas fomes que até me cheirou a borrego no forno, com batatinhas. Nnham-nham-nham. É verdade, mesmo àquela hora tinha comido um borreguinho no forno :D.
Não comi logo pela manhã, mas vou comer agora ao jantar. Não sei se estarei grávido mas o certo é que depois de uma caminhada logo de manhã, até ao hospital e volta, outra de uns 30 minutos, às 11 horas (no meu descampado de estimação, para falar um bocado comigo e arrumar as ideias) e uma de 5 km a seguir ao almoço, junto ao Guincho (fui fazer 80 km só para andar junto ao mar, com a minha cadelinha louca), no regresso não resisti e passei pelo talho.
Uma mão e uma tira de peito de borrego estão agora no forno. E não me posso descuidar, porque estão na fase final, estão a apurar e se me entretenho aqui muito tempo, acabam por se "esturricar".
O smell começa a alastrar pela casa toda. Nham-nham-nham, são servidos/as?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tirem-me deste fiiiiiilme

Esta fase de campanha eleitoral está a deixar os média tão pobrezinhos de notícias que até para dizer mal dos políticos é difícil arranjar matéria.
Abre-se um jornal (abre quem abre, porque eu detesto a tinta dos jornais), liga-se a televisão, navega-se na internet e a única coisa de que se fala é do que todos estamos fartos de saber:
A crise passou à história, Sócrates quer apanhar o TGV para o centro da Europa, enquanto a bruxa quer ir de carroça até Badajoz e só aí faz o transbordo. Os outros… bem os outros são apenas figurantes desta grande produção que, ao contrário das grandes produções de Hollywood, não precisa esperar pela estreia para se saber que é um fiasco.
Estou farto de campanha eleitoral, do "diz que disse", das promessas, das mentiras.
Não há neste mundo nada mais aliciante, que nos tire do marasmo eleitoral? Sei lá, a queda de um meteoro, um terramoto, um tsunami…

domingo, 13 de setembro de 2009

A saga de uma mulher com um grande par de colh~es

Mais um episódio da saga "Uma Mulher de Colh~es", só para que não restem dúvidas de que o facto de eu brincar com este caso (é que eu sou um "mecinho" danado prá brincadeira lol), não quer dizer que não reconheça as injustiças da Natureza.
O lado chato desta história, é que existem terceiros, sem culpa do problema que abalou a vida de Caster Semenya, que saem prejudicados com a brincadeira.
Não passa pela cabeça nem da "loira burra" mais burra do mundo, ir competir numa prova de atletismo feminino ao lado de uma gaja que tem um par de "tomates" maiores do que os do garanhão do Esquadrão de Cavalaria da GNR (lol).
Depois é assim: a "inocente vocação" desta rapariga - ou de quem a orienta - por acaso deu-lhe para o atletismo feminino, quando podia muito bem ter-lhe dado para arranjar trabalho nas obras, onde - aí sim - estaria em pé de igualdade com os trolhas.
Haja decoro, né?

sábado, 12 de setembro de 2009

Uma mulher de colh~es

Caster Semenya é hermafrodita.

Os caracóis também, por isso é muito natural que nas próximas olimpíadas tenhamos várias equipes daqueles moluscos gastrópodes a competir por uma medalha com Caster Semenya.
Eu vou torcer pelos caracóis.
Pelos caracóis e pelas Imperiais (looooooooooooooooooooooool).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cartão vermelho directo para:

Com um atraso de alguns dias (desculpa Patrícia), aqui fica então a resposta ao desafio lançado pela proprietária do "Virgula Voadora".
Havia muito mais cartões vermelhos a mostrar, mas nem que eu criasse um blogue especialmente para isso, conseguiria dar vazão a tanta indignação refreada. Refreada porque se um gajo vai andar a pensar só nisso, ainda dá em "choné".



Assim, mostro um cartão vermelho:

1º - A todos os políticos que mentem despudoradamente (também pode ser a forca).

2º - Aos automobilistas que estacionam em cima dos passeios e passadeiras para peões.

3º - Às gajas que falam ao telemóvel enquanto conduzem (mal e porcamente eheheh).

4º - Aos camelos que buzinam mal o sinal muda para verde (a esses eu substituía-lhes a buzina por uma bomba tão potente que eles tivessem que ser apanhados com uma pá ;PPP).

5º - Àqueles clientes que parecem alentejanos (dedicada a todas as alentejanas que demoram uma eternidade a guardar as compras eheheh. Patrícia, sabes do que estou a falar, não sabes? eheheh) e que "empancam" as caixas dos supermercados a contar "tostões" e a arrumar as compras nos sacos.

6º - Aos donos que têm os cães nas varandas a ladrar o dia inteiro e a foder a cabeça aos vizinhos.

7º - Aos pais que não sabem dar educação às suas crias e depois ainda vão às escolas queixarem-se dos professores.

8º - Aos burgessos do Ministério da Educação, responsáveis pelo site onde os professores validam o concurso, que tem horário de expediente (é verdade, um professor para validar o concurso na internet, tem de fazê-lo até às 18 horas).

9º Às entidades que nos lixam a cabeça com campanhas de poupança de energia, mas que depois têm quarteirões inteiros com a iluminação pública ligada dia e noite, durante várias semanas, ou meses.

E, finalmente, com uma referência muito especial e uma feroz indignação:
10º - À caridadezinha inconsequente que serve apenas de lavagem de consciências dos responsáveis pela miséria.
A caridade é um ultraje, um achincalhamento, um atentado à dignidade humana.
Para os "profissionais" da caridadezinha vai o meu cartão vermelho e um descomunal "PUTA QUE OS PARIU".
Caridade nunca, jamais, em tempo algum!

Vá lá só mais um cartãozinho vermelho aos tipos que se lembraram de instituir um feriado municipal logo no dia em que eu levantei o cu da cama às 7 da manhã, para levar o carro à inspecção. Um cartãozinho e, já agora, vá lá também um pequeno "puta que os pariu", que eles não são mais nem menos do que os outros eheheheh.

Quanto a passar a mais cinco contemplados, demorei tanto tempo a responder, que agora é difícil arranjar alguém, quem não tenha sido nomeado.
Mas quem estiver interessado, "faxabor" de pegar aqui. ;P

Recomendação da OMS

A nova maneira de cumprimentar para evitar o contágio da gripe A.

Nada de beijos, abraços ou apertos de mão.



quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tchi... Gajas!

Depois de alguns comentários que considero, na melhor das hipóteses, estranhos (na pior das hipóteses nem vou dizer o que é que considero, para não ferir susceptibilidades eheheh), a um texto que escrevi há uns dias atrás, resolvi voltar ao tema da cozedura do polvo.

Em primeiro lugar gostaria de saber qual a utilização que as gajas fazem do microondas. Vá, digam-me - para além da cozedura de alimentos sem gordura (começa tudo aos saltos dentro do "tacho" eheheh), e do aquecimento da água para o chá - que raio de utilidade é que vocês conseguem encontrar no microondas.

Em segundo lugar, e perante comentários do tipo "vê-se logo que é coisa de homem", gostaria de lembrar às minhas amnésicas amigas que os grandes "chefes de cozinha" são homens e que se o "desabafo" pretendia ser uma ofensa à criatividade masculina, lembrem-se que anda por aí muita gaja que nem sabe estrelar um ovo, quanto mais cozinhar uma salada de polvo (e já nem falo em mudar um pneu ) eheheh.

Em terceiro lugar, fazendo aqui a adaptação da história do ovo e da galinha, acho que não é demais perguntar às mentes brilhantes que acham que o polvo só pode ser cozido na panela de pressão, o que é que nasceu primeiro: o polvo, ou a panela de pressão.

Em quarto e último lugar, a "certas e determinadas gajas" que nunca cozeram polvo mas que não se coibiram de cagar a sua posta de pescada acerca do meu modo inovador de preparação do "cefalópode", limito-me a perguntar:
As meninas, por acaso, saberão distinguir um polvo do odre de uma vaca leiteira, um microondas de uma televisão ou uma panela de pressão de uma locomotiva a vapor? Eheheh

Vê-se logo que são gajas. Até porque a única opinião "abalizada" que aqui foi deixada, embora também ela restrinja a cozedura do polvo à panela de pressão, foi a de um gajo (mfc) que, de entre todos os comentadores do post é, sem dúvida o mais conhecedor não só no modo de cozinhar polvo mas também de como o apanhar e que nem por isso fez qualquer referência jocosa à minha "inovação" (lolololol).

E para terminar, às minhas queridas amigas mais conservadoras, lembro que a inovação é um combate à monotonia. Inovem, experimentem novos métodos e novas posições de "cozinhar" os vossos "polvos", porque nada pior para arrefecer uma relação do que a monotonia de comer sempre o mesmo "prato", confeccionado do mesmo modo.
;PPP

E podem ficar cientes de que a minha salada de polvo cozido no microondas, a exemplo de muitos outros pratos que também sei confeccionar, ficou simplesmente deliciosa.

Tchi... gajas! eheheh

Se calhar ela não era bem um Tyrannosaurus rex...

A vida é uma cadeia de acontecimentos que a memória, por vezes, nos permite reviver, como o rebobinar de um filme.

Na verdade não foi uma boa relação, esta entre mim e a "Maria de Jesus. Não o foi enquanto criança e piorou com o passar dos anos.
Mãe é mãe e reconheço que em tempos de penúria ela foi um pilar importante na minha formação, mas cedo as enormes diferenças de personalidade cavaram entre nós um fosso intransponível que o passar do tempo só agravou.
Sendo o último rebento nascido "fora de tempo", de um casamento onde reinava o terror, senti-me sempre como o filho indesejado, o fardo que já ninguém esperava carregar e não era raro encontrar fora de casa o reconhecimento que ali me era negado.
Visto como menino prodígio desde os bancos da escola primária e como "o puto atinado" que, aos 11 anos, assumia demasiadas responsabilidades para a idade, em casa não passava do "vadio" que depois do ovo estrelado com esparguete, ao fim de um dia de trabalho, só queria era "jogo de bola", no relvado de Sete Rios.
Confesso que essa visão deturpada daquilo que eu realmente era, aliada à constante comparação injusta e perversa com um pai de merda, que foi tudo aquilo que eu jamais seria capaz de ser, amargurou e endureceu o meu coração de menino, transformando o "puto" dócil e carinhoso, num adolescente rebelde e num homem intolerante a quem só as desditas da vida fizeram reaprender tardiamente as virtudes do perdão.
Separados por incompatibilidades insanáveis, dispersos em constantes explosões de fogo e gelo, quis o destino que os derradeiros momentos de ambos estivessem bem mais próximos do que os anos de vida de antagonismo mal disfarçado.
Em Março de 2005, enquanto eu me debatia com o cancro que ainda hoje me corrói o discernimento e me traz noites de angústia pespegado a este monitor , no mesmo hospital a minha mãe morria de enfarte do miocárdio.
Não chegámos a fazer as pazes nem tivemos tempo para despedidas e apesar de eu nunca ter sido muito dado às coisa do espírito, às vezes interrogo-me se tudo terá sido fruto do acaso ou se um de nós estaria a puxar o outro para a morte.
A vida é filha da puta e muitas vezes leva-nos a tomar atitudes que magoam inadvertidamente aqueles que mais amamos.
Mas se por baixo daquela carapaça, negra e fria, existia algo mais do que um coração empedernido, agora é demasiado tarde para saber. Por isso é que nunca devemos regatear o amor aos nossos filhos.
Eles não nos pediram para nascer.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ela era um Tyrannosaurus rex

A pedido da Patrícia (a da Vírgula, porque Patrícias há praí ao pontapé :D), que deve achar que eu sou o José Hermano Saraiva e quer que conte umas histórias pretensamente interessantes, vou deixar aqui um episódio da minha infância, passado antes da extinção dos dinossauros, numa saudosa Lisboa também ela já extinta há muito tempo.

O texto, que já foi publicado há uns quatro anos num outro blogue que tive, foi sujeito a uma lavagem de cara e uns retoques de maquilhagem, mantendo-se a ideia original. Nem podia ser de outro modo, pois trata-se de uma história verídica.


A minha mãe era uma mulher muito severa e o facto de se ver sozinha no Mundo com dois filhos menores para alimentar e educar, ainda empederniram mais aquele coração tão mal tratado pela puta de vida adversa que lhe calhou na lotaria.
Estava sempre a avisar-me:
- Se eu um dia te for buscar à esquadra, rebento-te com porrada, meu vadio (isto apesar de eu ter 11 anos e trabalhar 9 a 10 horas por dia)!
Por isso, a simples visão de um polícia, fazia soar na minha cabeça todas as campainhas de alarme e na minha frente surgia logo o espectro da “Maria de Jesus” que, de semblante carregado e dedo ameaçador apontado, me dizia:
- Eu mato-te com porrada, meu vadio!
Como naquela época um polícia era um papão, assim que eu “bispava” um na rua, mudava logo de passeio, não fosse o “senhor guarda” ter levado uma nega da patroa, na noite da véspera e embirrar com os meus sapatos rotos.
Ainda não tinham sido inventados os desportos radicais e a miudagem, que nunca tinha ouvido falar em adrenalina, aproveitava os eléctricos da Carris e andava na “pendura”, muitas vezes com o risco da própria vida.
Andar na pendura era perigoso, principalmente porque o “pica” gostava de nos dar com o “alicate” nos dedos para nos obrigar a largar e a cair. Um dia dei um "tralho" tão grande, na Rua da Misericórdia, que quando fui a levantar-me e vi um auto-tanque de gasolina estancar as rodas numa chiadeira de meter medo ao susto, a pouco mais de um metro de mim, quase que me mijei todo. Isto foi na hora do almoço e andávamos naquela palhaçada, do Cais do Sodré para o Príncipe Real e vice-versa, porque como um dos percursos era a subir, dava para saltar em andamento, já que, àquela hora, os eléctricos andavam vazios e havia maior risco de sermos "caçados" :D. Naquela tarde fui para o trabalho agarrado a dois colegas de "profissão", com os joelhos escalavrados e rezei a todos os santinhos que não me mandassem aos recados.
Mas foi numa outra viagem “radical” que eu vi a minha vidinha a andar para trás. Eu morava em Sete Rios e era um “cliente” habitual da carreira n.º 13 (vejam só que merda de número de azar), que ia do Carmo a Benfica, passando pelo Largo do Rato, Amoreiras e Campolide, descendo depois a Marquês de Fronteira, até S. Sebastião, onde entrava na Estrada de Benfica - que na época começava junto à Gulbenkian - e dali pela Praça de Espanha e Sete Rios, onde eu morei nos primeiros anos de Lisboeta à força.
Não sei por que razão, era no Largo do Rato que o pessoal da Carris era rendido e por isso havia sempre muitos “picas” e guarda-freios ali à espera.
Naquele fatídico dia eu ia feliz da vida, porque o eléctrico estava mesmo a abarrotar e assim era mais difícil o “pica” dar-me com o alicate nas "falangetas". Mas quando chegámos ao Rato fui obrigado a descer para dar entrada aos passageiros pagantes e, azar o meu, o estribo ficou tão cheio que para não perder a viagem tive de passar para a traseira. Aí tentei enfiar um pé no engate do reboque e segurar-me à janela. Só que eu era muito pequenito e para chegar à janela tive que me agarrar ao farol. Quem se lembra daqueles eléctricos, sabe que tinham um farol composto de um aro tosco de ferro, com um vidro mal "amanhado", preso com um grampo de arame, que ao primeiro puxão para me elevar, se estatelou no meio da rua. E para minha desgraça estávamos no Largo do Rato. Largo do Rato onde os “picas” e guarda-freios eram mais que as mães e me “filaram” ainda o vidro não tivera tempo de bater chão :D.
Agarrado pelo casaquinho do exame da 4.ª classe, em menos de dez segundos fiz uma retrospectiva completa do filme da minha vida. A preto e branco, como qualquer retrospectiva que se preze, a "Maria de Jesus" aparecia à minha frente de dedo apontado e com uma grande carga de porrada na bagagem. Aquilo era caso para casa de correcção e aterrorizado imaginei os polícias na esquadra do Rato a “molharem a sopa” com a aprovação da "velha", que gritava: só se perdem as que caírem no chão, seu vadio malvado... isto se antes os próprios “picas” não me “fizessem a folha", mesmo ali no meio da rua, com a aprovação dos transeuntes, porque naquele tempo o pessoal estava-se mais era a cagar para os maus tratos infantis e até se podia dar o caso de algum "mirone" mais afoito aproveitar para descarregar as frustrações da vida num desgraçado dum puto, que em vez de andar a brincar, tinha era que fazer pela vida, pois lá em casa nem havia frigorífico porque não havia comida para pôr lá dentro.
Mas o pior era a "Maria de Jesus". Tanto que ela me avisou, catano... e logo ali ao pé da esquadra e com os “manfios” da carris para me “filarem”, é que havia de cometer aquela "argolada"... e quem é que ia pagar o vidro, se nós nem tínhamos dinheiro para mandar cantar um cego? O primeiro a pagar a "factura" ia ser eu, com um tareião "de criar bicho". Mas quem é que ia aturar a "velha"? Quem é que ia conseguir encará-la enquanto ela andasse com aquela "carranca" de meter medo ao pirata mais feroz das Caraíbas?
Oh que sorte do caraças. Cum cabaz de cornos, mais à ideiazinha de merda de mudar de "poleiro", logo num sítio daqueles. Que grande "tanso" que eu fui. Juro que se me livro desta, tão cedo não volto a pôr os pés no Largo do Rato (já naquele tempo o Largo do Rato era tão mal frequentado… daaaaassssse!). E o pior de tudo é que eu, que sempre tive o pé leve, naquele dia parece que tinha sapatos de chumbo. Não consegui arredar pé e devo ter ficado com um ar tão acagaçado que os tipos tiveram pena de mim e deixaram-me ir embora.
Que raio de porra! É que eu até tinha dinheiro para o bilhete. Aquilo de andar na "pendura" era um desporto e gajo que pagasse bilhete era considerado um "mariquinhas". Mas apesar de tudo, apesar de naquele dia eu estar fadado para interpretar o papel do "otário", consegui não me "desmanchar" de todo e disse aos gajos da Carris que estava "teso". Mais um "choradinho" e eles ainda me davam dinheiro para o bilhete eheheh.
Meu Deus, afinal ainda havia adultos bem mais “otários” do que eu. (ih ih ih)

Ufff! Ainda hoje, quando passo no Largo do Rato, sinto um arrepio na barriga.
Vá-se lá saber se por causa deste episódio milenar, se com receio de encontrar o Sócrates pela "proa" :PPP

Para as gentes do Norte e para os habitantes do interior "desquecido" e ostracizado, que conheçam mal a Capital, é no Largo do Rato que está implantado aquele verdadeiro ninho de ratazanas, que é a sede do PS. :D

terça-feira, 8 de setembro de 2009

As favas da "baleizoeira"

Estávamos em plena guerra do Ultramar - mais tarde promovida a Guerra colonial - e a baleizoeira, à imagem do que acontecia com milhares de mães espalhadas pelo país, tinha um filho mancebo, prestes a tornar-se em mais um desses terríveis soldados colonialistas (os tais que contribuíram para a promoção da guerra, após a revolução).
Mãe é mãe, porra! Aqui, na Moita ou em Baleizão e a baleizoeira estava disposta a fazer tudo (ou a tudo fazer, como se diz em linguagem futebolística) para "livrar" o seu querido filho da guerra.
Mas isso de livrar um filho da guerra, no chamado "tempo da outra senhora", que por acaso até era um senhor e se chamava Salazar (podia chamar-se Sócrates, mas não: chamava-se mesmo Salazar), não era tarefa fácil. No entanto, a nossa baleizoeira, mulher de "antes quebrar que torcer" da terra da outra, Catarina, estava decidida e uma alentejana decidida é mais teimosa do que um alentejano bêbado.
Então, um belo dia de não sei que estação do ano (sei lá eu quando é que se colhem as favas eheheh), meteu-se na camioneta da carreira e lá vai ela, a caminho do quartel de Beja, falar com o major médico, responsável pelas inspecções.
E dizia a baleizoeira:
- Ai senhor dótori, livre o mê filho da tropa, que dos doze que pari, entre mortos e casados (fora os que foram "por água abaixo") é o único que tenho em casa.
- Ó mulher, mas você já pensou bem no que me está a pedir? Você quer que eu me desgrace?
- Pela alminha dos seus sapatos, senhor dótori, livre o mê filho da guerra. Sou viúva e ele é o mê amparo.
- Mas para isso ele que meta os papéis como "amparo de mãe", depois de assentar praça e pode ser que tenha sorte. Olhe, ele há dias de sorte… agora não me venha para cá pedir falcatruas que até posso vir ser preso. Ou quer que eu vá passar umas "férias" ao Forte da Graça?(*)
Tenha dó de mim, senhor dótori. Ê na tenho grandes posses, mas prometo que se livrar o mê filho da tropa lhe trago umas favinhas que tenho lá no mê quintal, que são tã tenrinhas, tã tenrinhas, que se hão-de desfazer em merda na boca do senhor dótori.

(*)Forte da Graça, ou Forte de Elvas, presídio militar do tempo da ditadura, famoso pelo barril de água que os condenados teriam, segundo se dizia, de transportar do poço, na base do monte onde o mesmo está instalado, até à cisterna situada lá no cimo. Dizia-se também que o barril ia mal cheio, para que o baloiçar da água tornasse mais penoso o castigo.

O "POLVO" é quem mais ordena

Eu gosto de cozinhar. Não sou um cozinheiro muito sofisticado, não sei fazer os pratos amaricados dos grandes chefes da moda, mas também não sou gajo de me ficar pelo tradicional ovo estrelado, ou pelo bacalhau com batatas (um arroz de marisco, uma massa de cherne com gambas ou uma caldeirada feita por mim ou pela gaja, metem muitos restaurantes a um canto. E já nem falo dos assados no forno... desde o borrego, cabrito, ou até um peixinho no forno, são mais uma especialidade da casa). Há apenas mais um pequeno pormenor que tenho de salientar, para esta história fazer algum sentido: não gosto, não sei e nem estou em vias de aprender a cozinhar por receita. Sou como aqueles tipos que nunca aprenderam música: toco de ouvido. Para mim cozinhar por receita é quase como deitar sal na comida, com uma colher. O sal deita-se à mão, para se "sentir" e a comida "toca-se" de ouvido e com alguma intuição.
"Prontes"!
Então a história tem a ver com polvo.
Há muito que eu ando para aprender a fazer algo com polvo. Seja polvo à lagareiro, seja salada de polvo, seja arroz de polvo, tem é de ser um prato de polvo e tenho de ser eu a cozinhar, porque nesta casa é assim: comida que a "princesa" não goste, é comida que ninguém come.
A "princesa" não gosta de sardinhas e o resto da família se quer comer sardinhas, vai comer fora, ou tem de as fazer. Com o inconveniente de ter que fazer comida à parte para a "princesa".
Então nesta questão do polvo a coisa ficou complicada logo na primeira tentativa. Arroz de polvo, duro como cornos e com a "princesa" a reclamar do princípio ao fim da refeição (porque não havia mais nada para comer eheheh).
Da segunda vez era para ser polvo à lagareiro, mas fui na conversa dos "especialistas" e o polvo ficou mais mole que "as favas da baleizoeira" (um dia conto a anedota da baleizoeira eheheh), que acabou numa salada manhosa.
Então ficou decidido que da próxima ia ser de "ouvido" e que se lixem os "especialistas". Aliás, depois de pesquisar na net e verificar a falta de unanimidade entre os opinantes e a enorme disparidade de opiniões acerca do modo de cozer o polvo, só podia tomar esta decisão.
Uns dizem que o polvo deve ser cozido com pouca água, sem sal e com uma cebola com casca.
Outros afirmam que o bicho deve ser cozido sem água nenhuma.
Outros ainda cozem o polvo bem coberto de água, variando esta modalidade apenas no sal: leva, não leva, ou leva pouco.
Ah, todos cozem o polvo na panela de pressão, variando também o tempo de cozedura.
Pois eu estou-me nas tintas para os especialistas e o meu polvo foi cozido coberto de água, com uma cebola com casca, um pouco de sal (porque o sal dificulta a cozedura de qualquer alimento) e - agora abram a boca de espanto, porque nunca tal foi experimentado - num pirex, no microondas.
É verdade! Depois de ter passado mais de uma hora a pesquisar (e a verificar que toda a gente coze o polvo na panela de pressão), decidi "cagar" em opiniões e o meu polvo foi direitinho, sem descongelar, para o microondas. A panela de pressão dá um trabalhão do caraças a lavar (e serve tão pouco, que nem sei onde ela pára eheheh) e nem é coisa que se lave na máquina e o pirex é muito mais prático. O tempo de cozedura, foi até o polvo estar cozido eheheh. De vez em quando espetava-o com um garfo e praí ao fim de meia hora, o bicho estava no ponto. Meia hora (25 minutos, vá), começando por 7/8 minutos no máximo (até começar a ferver) e o restante na posição acima do meio (uns 60%, mais coisa, menos coisa). Isto para duas embalagens (de 400gramas cada) de polvo pequeno do Jumbo.
Depois de cozido e da água escorrida, cortei o polvo em pedaços (o tamanho depende da medida da boca de cada um), juntei dois ovos cozidos cortados em pedaços (um ovo para cada pessoa), uma cebola picada grosseiramente (até porque eu nunca fui grande espingarda a picar cebola :D), salsa picada do mesmo modo e, para dar "um toque pessoal" (eheheheheheh), juntei um frasco de feijão-frade do Feira Nova, temperei tudo com azeite (este sim, especial de corrida, trazido do Alentejo por uns amigos que fazem o favor de me abastecer para o ano inteiro), vinagre, pimenta e sal fino a gosto e de seguida foi direitinho para o frigorífico até à hora do jantar. Depois comeu-se fresquinho e acompanhado com uma salada mista de alface, tomate e uma tiras finas de pimento verde e orégãos.
Onde é que está a "ciência" de cozer polvo, pá? :D
Desculpem não apresentar imagens, mas isto já foi ontem ao jantar e na altura não "malembrei".

P.S. O jantar de hoje vai ser uma adulteração da pescada na cama com brócolos, uma receita da Patrícia da Vírgula, já testada numa outra vida, com algum sucesso (digamos que elas não reclamaram por aí além eheheh).

Give me a break

Decididamente eu não ando muito bem. Acho que entrei novamente naquela fase em que adormeço em todo o lado, menos na cama.
Uma das últimas vezes em que isso aconteceu, a brincadeira saiu-me cara e podia ter sido bem pior. Não fosse o rail da auto-estrada e a esta hora estaria a discutir com o S. Pedro as condições de aluguer de um apartamento no céu, com vista para o paraíso.

É verdade que eu nunca dormi muito bem. Ou porque andava "entretido" até tarde, quando era solteiro (na tropa cheguei a adormecer em pé, com a arma às costas e encostado à guarita, a olhar para o mar lol), ou porque com a idade comecei a ter minhocas na cabeça e à menor contrariedade fico acordado toda a noite, a pensar na solução para o problema (ou levanto-me e vou resolver o problema, nem que seja de madrugada lol).

Mas este problema não tem solução, ou não está nas minhas mãos. Por isso sinto-me um animal enjaulado, claustrofóbico, paranóico. Por vezes tenho a impressão que o céu está tão perto da terra que vou ficar entalado na nesga de horizonte que resta. Ando assim semanas seguidas. Deito-me e sinto-me esmagado pelo tecto do quarto. Não consigo concentrar-me em mais nada que não seja no problema sem solução. Desejo que o tempo passe depressa. Quero saber, preciso saber, preciso voltar a respirar sem esta opressão no peito. Quero ter a certeza que aquela tosse, aquele espirro, aquela dor, aquele cansaço, aquele formigueiro na cara, são apenas isso. Quero ver-me livre daqueles corredores sinistros, daqueles olhares sinistros, daqueles cheiros sinistro do hospital. Quero sair dali para fora, encher o peito de ar e voltar a ver o Mundo como ele é.
Por mais seis meses.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Estou tão cansado... tão farto desta gente...

A minha médica de família é porreira.
Ela é o que eu chamo "o ideal de médico de família"


Eu dantes não ia à médica de família. Tinha um médico com acordo com a ADSE. Mas um dia tive de ir à médica de família, por causa de assuntos burocráticos relacionados com a minha nova condição de doente crónico, isenção de taxas moderadoras, junta médica e o raio que os parta e cheguei à conclusão que era mais fácil marcar consulta para a médica de família do que para o burgesso da ADSE, que marcava para as 15 horas e aparecia às 20.


A minha médica de família é assídua, não deixa atrasar as consultas (chego a sair de lá antes da hora da entrada lol) e não chateia. Entre dois dedos de conversa de ocasião, passa-me receita para todos os medicamentos que eu quiser e não faz perguntas.
Há tempos pedi-lhe uma caixa de Aulin, de 20 comprimidos e ela passou-me três caixas de 60 comprimidos.
Deve pensar que eu "chupo" anti-inflamatórios, como quem chupa rebuçados, a…






a mula!




Aliás, se ela fizesse perguntas já sabia porque é que eu lá vou de seis em seis meses, quando ela só me passa medicamentos para três meses.




E sabia que os comprimidos que eu tomo para a tensão arterial e que já tomava quando comecei a ter consultas com ela, são muito fortes e foram-me receitados há 5 anos, quando eu atravessava uma fase de grande pressão, de grande ansiedade e não havia nada que me baixasse a tensão arterial. E ficava a saber que eu agora os corto ao meio, sem consentimento médico, porque se os tomar inteiros fico com a tensão baixa.




Por isso é que me duram seis meses.




Mas ela não me pergunta nada, porque ela é…






é uma vaca!




Ela sabe que eu sou hipertenso, mas há mais de três anos que não me mede a tensão.
Mas eu tenho uma máquina em casa (uma máquina boa, não é dessas dos supermercados) e sei medir a tensão.






Por isso quero que ela se foda!




Ela sabe que eu sou doente da pneumologia oncológica, mas em 4 anos e meio só me auscultou duas vezes.






Um coiro, é o que ela é!




Passa-me a vacina (quando há e eu estou disposto a perder tempo a tomá-la) e esquece-se da guia de tratamento e vai de férias e deixa-me "pendurado".






É mesmo um grande coiro!




E olha para as análises feitas no hospital (porque ela nunca me manda fazer análises) e pergunta-me se sou diabético. Sei lá eu se sou diabético... ela é que é médica. Glicémia a 123 é diabetes? Pode ter sido um bolo na véspera... pode ter sido uma bebida com mais açúcar...






eu é que sei?




Mas eu quero que ela se foda. Acho que já tinha dito que quero que ela se foda, mas nunca é demais dizer que QUERO QUE ELA SE FOOOODA!
Para me chatear a "medula", de seis em seis meses, já me bastam os do hospital.



Já me bastam as filas para fazer análises, os jejuns, as "picas", as TACs e a merda dos contrastes e as velhas a discutir, às 7 horas da manhã, por causa de um lugar na fila. As putas das velhas que pensam que não morrem, mas que morrem como os outros, nem que se fodam a discutir o resto da vida. Não há quem cale esta gente? E as 5 horas de espera, sentado num banco corrido de madeira a ouvir a Júlia Pinheiro e a não perceber o aparelho fanhoso de chamada, as dores nas costas, a repugnância de ter de me sentar, de ter de tocar em objectos tocados por gente que vai ao WC e não lava as mãos. Ter de "snifar" o ar saturado de bactérias, ter de correr o risco de não morrer da doença e morrer de uma infecção hospitalar... já ia acontecendo e "gato escaldado, de água fria tem medo"…




os três meses a "comprimir", sem dormir mais do que as duas horas no sofá, a fingir que vejo o Canal de História com legendas em castelhano. Os outros três meses a "descomprimir"… para depois voltar tudo ao princípio…




os passeios no descampado, por cima da minha casa, para pensar, para deitar contas à vida (ou à morte...)




um dia gostava de adormecer e não voltar a acordar.
Foi sempre o que "pedi". Acho que não é pedir muito… adormecer vivo e acordar morto.
Daqui por 500 anos, se puder ser. Porque eu ainda continuo a gostar disto. Apesar de tudo. Apesar das médicas de família... e dos outros.

domingo, 6 de setembro de 2009

O Natal é quando um homem quiser

Um verdadeiro Portátil de Cama - 268x28x181 (LxAxP) - 1.2Kg (peso) - Monitor=10,1" – HD=160Gb – Ram=1Gb – Wireless – Bluetooth - Microfone - Webcam 1.3Mpixel - Bateria de longa duração (8,5 horas) .

Um presente adiantado para a "gaja", que não se importou nada de receber um presente (Natal) com três meses de antecedência (lol).


- "Não faz mal, pode ser que depois ainda "caia" qualquer coisita… um perfume, um livro (não necessariamente por esta ordem ;D) - disse "ela" com aquele brilho nos olhos da criança que acabou de receber o brinquedo desejado (eu sabia... nós também sabemos, se "estivermos praí virados" :D).

















Digam lá se não é uma lindeza, "um miminho"!
E eu senti-me quase tão feliz como se fosse para mim :).
E para uma "gaja" sempre é mais seguro (e mais barato :D) do que um carro.

Agora digam mal de mim, chamem-me machista…
Procurem com uma candeia, a ver se encontram muitos "machistas" iguais a mim, que vos ofereçam presentinhos.
:PPP

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A TVcabo anda outra vez "a pedi-las"

RECLAMAÇÃO

Na recente discordância quanto à qualidade do vosso serviço, que me levou a abandonar o serviço netcabo, e perante a ameaça de que a insistência em me quererem impingir novos serviços só iria contribuir para que abandonasse também o serviço de televisão, foi-me dito de forma algo arrogante e pretensioso, por uma das vossas assistentes/vendedoras de banha da cobra, que a TVcabo possuía o melhor serviço de televisão do país.

Confesso que vejo pouca televisão, mas ainda vejo o suficiente para constatar que chamar “melhor serviço de televisão do país”a um serviço que há vários dias passa documentários no Canal de História, com legendas em castelhano, se não é um logro, anda lá perto.

E já agora gostaria de ser informado se, por acaso, um eventual plano de modernização da TVcabo, para além das melhorias técnicas a efectuar num serviço deficiente, como o é a netcabo, passará também por um esforço na melhoria da imagem de falta de credibilidade para com os clientes, que a mesma vem cultivando ao longo dos anos.

Ou será que, num futuro próximo, para ser cliente TVcabo e entender o que a mesma passa em canais temáticos, o cidadão português vai ter de frequentar um curso intensivo de castelhano?

Não há pachorra para tanto desleixe, balhanosdeus!

A RESPOSTA

Estimado Cliente,

Na sequência do seu pedido, que desde já agradecemos, informamos que a TV Cabo apenas transmite o sinal dos diferentes canais, não sendo responsável pelo conteúdo da programação de cada um deles, pelo que não nos é possível prestar o esclarecimento pretendido.

Ficamos à sua inteira disposição para qualquer esclarecimento adicional, através do nosso Serviço de Apoio ao Cliente, bla-bla-bla!

A CONTRA-RESPOSTA

Pois se a TVcabo não é responsável pelo que transmite, deveria sê-lo, já que é a ela (TVcabo) que os clientes pagam a factura. E já agora convém lembrar aquela situação criada no Europeu de Futebol (2004), em que a TVcabo, em perfeito conluio com a Sportv, foi bastante "oportuna" em invocar a lei dos direitos de transmissão para "cortar", literalmente e em cima da hora, o sinal a canais onde alguns jogos foram transmitidos sem pagamento adicional.
Ou nos casos em que o Canal de História resolve transmitir um chorrinho de asneiras em castelhano, a TVcabo descarta responsabilidades e quando se trata de fornecer aos clientes aquilo que está previamente contratualizado, a mesma TVcabo invoca uma lei estapafúrdia para se "colar" aos interesses dos manos "Oliveirinhas" e afins?
Vamos lá a ver se somos coerentes e honestos, de uma vez por todas.

Perdoai-lhes Senhor, são gajos... :=)

Pois é verdade, eu ando um bocadinho preguiçoso até para escrever.
Como sabem, os gajos são assim um bocado de manias e eu, como bom exemplar que sou, faço jus a essa regra como ninguém.
Então a minha última mania (já tinha deixado aqui um "lamiré" sobre isto), além das obras na casa da aldeia, que me deixam fisicamente de rastos (hoje acordei como se me tivesse passado um camião por cima :D) e parece nunca mais terem fim, é corrigir legendas de filmes do crioulo brasilês, para algo mais próximo do português. Quanto mais não seja corrigir os erros ortográficos, pois aquelas "abéculas" nem sabem escrever sem erros.
Uma das coisas que me irritam e que eu não consigo entender no crioulo brasilês, é o facto de eles trocarem o acento agudo pelo acento circunflexo, como no exemplo seguinte: "astrónomo" --> "astrônomo".
É um facto que, mesmo dentro do país, existem diversas pronúncias e ninguém espera que um transmontano pronuncie "astrónomo" da mesma maneira que um algarvio. No entanto, sendo que todos andaram na escola e como seres minimamente inteligentes, aprenderam a escrever correctamente em português. O resto, aquela bosta que aparece por aí como sendo português (BR), que troca a acentuação, substitui "essa" por "esta" e vice-versa, e parece não ter regras na utilização dos tempos verbais, não passa de um irritante chorrilho de gatafunhos ininteligíveis. Isto para não entrar na tradução propriamente dita, pois até um "analfabruto" na matéria, como eu, que dei apenas seis meses de inglês no Curso Geral de Mecânica da Escola Afonso Domingues, tirado em adulto como aluno auto-proposto (ai como fazem falta os cursos técnicos a sério, nesta sociedade cultora da mediocridade…), ouço aquilo e fico estarrecido.
Quédzer, nem é preciso ir para Cambridge para saber que "pollination with honey bees", não se traduz por "polinização por mel de abelhas", ainda para mais quando se coloca, airosamente, uma nota "Legendado por: Fulano e Fulana", em maiúsculas e em cor berrante, a não ser que a intenção seja impressionar labregos nordestinos, amantes do churrasco e do "forró" domingueiros, na varanda do T2 de uma qualquer cidade dormitório dos arredores de Lisboa.
Mas a culpa não é deles. A culpa é dos políticos manhosos que temos, que aceitaram um acordo ortográfico que assassina a ancestral língua de Camões, a troco de uns barris de petróleo da "Petrobras", ou pela intervenção da "Embraer" naquilo que, a par da compra de submarinos, foi obra de destaque do ministério cor-de-rosa de Paulo Portas: o desmantelar da indústria de reparação aeronáutica de prestígio internacional, das OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico).
Menor será ainda a admiração, em relação aos brasileiros, se tivermos em conta que os filhos dos emigrantes de Leste conseguem ser melhores alunos de português do que os próprios portugueses, faça a Ministra da Educação os auto-elogios que fizer à reforma do ensino.

Enfim, para quem se acha preguiçoso, deixar um "testamento" destes, onde se fala de quase tudo menos daquilo que era a ideia original, acho que não está mal de todo ;PPP.

Antes que me esqueça, para aquela querida (a estagiária) que deixou o reparo à falta de uma nota informativa sobre se era, ou não, brincadeira o post "Pois não, pois não, o mal não é dos sapatos!, aqui fica:
- Meus amores, o que seria do Mundo sem as gajas!?!?!? eheheh

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

2 em 1 (ou como dizem os "amaricanos": Two in one)

Um presentinho da Patrícia e da *_Clave de Sol_*.
Apesar de tudo, apesar de eu as "tratar" tão mal (lol), elas dão-me presentinhos.
Sinto-me um príncipe mouro, dentro do seu harém cheio de odaliscas (odalascas, vá eheheh)



Obrigado, vocês são a luz dos meus olhos (deve ser por isso que ando sempre a tropeçar nos móveis eheheh)

Agora era suposto eu passar o prémio a mais não sei quantos blogues, mas não me apetece, "prontes" ;PPP.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pois não, pois não, o mal não é dos sapatos!

Ah-ah-ah! Com que então as meninas não notam a diferença entre conduzir com salto-alto, ou de sapatinho raso.
Eu bem digo "a uma certa pessoa", que só quem não sabe o que está a fazer é que não nota as diferenças entre fazer bem, ou fazer mal.
Para uma gaja é indiferente conduzir de salto-alto ou de ténis, porque vocês conduzem tão mal, tão mal, mas tãããããão maaaaal, que é indiferente o modo como "borram a pintura". Borram-na e ponto final eheheh.
E digam-me lá se isto é uma atitude inteligente: fartinho que eu estou de vos "mandar a baixo" e ainda há quem me dê prémios eheheh. Parece confirmar-se a velha máxima, símbolo da farta inteligência feminina, "quanto mais me bates, mais gosto de ti" loooooooooooool.
Desculpem, ainda não tive tempo de ir ver os prémios e estou tão cansado que luto há quase uma hora para escrever estas linhas. Acreditem se quiserem, mas até adormeci sentado na sanita.
Não me atropelem, ok? :D

Estava a ver que não acertavas na parede ;D

Ontem entrei no estacionamento do Dolce Vita Tejo e quando procurava lugar, de repente, de uma transversal a uns 20 metros à minha frente, como que saído do nada surge um Citroen C3 completamente desgovernado, atravessa a via por onde eu circulava e PUMMMMMMMMMM! Aí vai ele contra a parede de betão. E teve tanto "galo" que acertou mesmo em cheio na saliência de um pilar.
Adivinhem quem ia a conduzir!?!?
Uma "black" de saltos-altos :=)
A gaja saiu do carro e quando viu o para-choques e a grelha amolgados, ficou branca como a cal eheheh.
E eu parti a moca a rir da sorte que tive.
Daaaa-se, olha se eu vou 20 metros mais à frente, tinha levado com ela.
As gajas adoram conduzir com saltos de agulha e a atender o telemóvel :PPP
Depois, as paredes que se desviem! :D