sábado, 1 de agosto de 2009

Não sou diferente, os outros é que têm a mania que são

Daquelas frases que me irritam: - aquele filme marcou-me; aquele livro marcou-me (eu é que costumo marcar os livros, pra não me esquecer da página lol); o filme da minha vida, etc.
Já vi filmes espectaculares, já li livros fabulosos, mas o filme da minha vida é aquele que ainda não foi (nem será) feito, porque não ando com uma câmara atrás de mim, desde que nasci.
O livro da minha vida podia começar por ser o meu diário transcrito por um jornalista medíocre (como os que escrevem os livros aos jogadores de futebol e a meretrizes analfabetos (tipo cr7, cr9, figo, catarina e o camandro), mas eu nunca tive pachorra para escrever um diário e de cabeça, sinceramente, já me vai faltando a memória para tantos anos e tantas peripécias.
Resumindo: - está para ser filmado o filme que me irá marcar (tirando aquela cassete que a gaja, uma vez, me atirou à cabeça) e os livros são para ser lidos. Para "marcar" existem marcadores e carimbos (neste momento estou a imaginar alguém passeando pela baixa, todo nu, e cravado de carimbos com o formato de um livro ou de uma bobine, roxos, tipo aqueles que usam nos matadouros, para marcar a carne eheheh).
"O filme que me marcou", ou "O livro que me marcou", são tretas que se dizem, a armar, do mesmo modo que quando alguém põe aquele ar de sabicão idiota e nos diz: "eu conheço-te muito bem" (outra frase que me irrita).
Uma ova é que me conhecem muito bem. Podem conhecer esta ou aquela faceta, mas conhecer muito bem, era preciso que eu deixasse e eu não deixo. Posso até falar da minha vida, horas a fio, mas isso só deixa transparecer alguns pontos da minha vida, nunca do meu verdadeiro "eu", porque esse, até "eu" chego a ficar surpreendido com ele, de tão pouco que o conheço. E marcas, tenho algumas, espalhadas pelo corpo e pela vida. Mas são fruto, ou dos trambolhões que dei, ou do bisturi do cirurgião. Livros e filmes (tirando a cicatriz da tal cassete que a gaja me atirou à tola eheheh), que me lembre, nenhum deixou em mim qualquer marca indelével. E todas as noites, posso até deitar-me às 5 horas da madrugada, leio sempre um bocadinho.

7 comentários:

S* disse...

Isso foi uma critica tambem a mim seu estupor. :P

Ha gente que lê menos (como eu) por isso os livros marcam-na mais. ahahah

Pronúncia disse...

Fred, quando usamos essas expressões não são para serem levadas à letra.

Por exemplo, há livros que me "marcaram" por serem livros de que gosto mesmo muito. Com os filmes já é mais difícil... mas acredito que relmente aquele filme (ou melhor, aquela cassete, te tenha marcado mesmo) :D

Bom fim de semana

mjf disse...

Olá!
Há filmes que vemos ,livros que lemos e que são esquecíveis...
Outros, passados anos, ainda nos lembramos, da idade que tinhamos, o que fazíamos na altura e das personagens...por exemplo.
Assim , sim poderemos dizer que de alguma maneira "marcaram"...

Beijocas

Leonor Varela disse...

Meu amigo és incrivel mesmo
adoro te ler olha me divirto mesmo

Passa um bom fim de semana se puderes e se te deixarem eu vou tentar
beijos

opinião própria disse...

Assim mesmo! Deve-se acabar com as frases feitas !

Cor do Sol disse...

Eu também não sou de ter livros ou filmes favoritos. :P

Coffee Taste disse...

Gosto do teu texto e sou quase tentada a ser da tua opinião, mas não posso. Ainda no outro dia, num outro blog falei de um livo que me marcou... Falo de um marca na minha vida, um momento sublinhado como outros. Marcados por livros, por pessoas, por acontecimentos, por lugares...
Da mesma forma que se marca a página de um livro com um bilhete de metro, também se pode marcar a vida com um livro, ou com um nome, com um filme, uma cor ou uma rua. Serve só para lá voltar sempre que nos apetece. Por exemplo sempre que leio dos Marginais "tenho" 15 anos outra vez.
Mas marcas mesmo só tenho uma tatuagem e algumas cicatrizes. São marcas diferentes, numa mesma vida